A LUTA CONTRA OS ANTICORPOS DA CORRUPÇÃO I
Potentíssimos são os anti-corpos da corrupção presentes no ADN angolano – legados pelo regime JES-MPLA -, que levaram os políticos e empresários portugueses, de um lado, assim como os seus homólogos angolanos, do outro, a considerarem que as investigações relacionadas com o combate à famigerada corrupção em geral e, em particular, ao caso Fizz, que pesa sobre os ex-vice-presidente da República, Manuel Vicente, não fazem nada bem às relações entre os seus dois países, ao que se junta uma desagradável conjuntura em várias investigações, nas quais tem sido “indispensável” a colaboração do MP de Angola, cujo procurador-geral também está a ser investigado pelas autoridades portuguesas! Ah ah ah!... Por outro lado, num país onde a maioria dos cidadãos evidencia amnésia política e já canta hosanas ao novo Presidente, torna-se quase despercebido que há uma evidente distância entre um reformador e a figura de um João Lourenço com uma mão cheia de promessas e actos de charme político de permeio com exonerações em cadeia. JLO vai às províncias para seguir de perto e informar-se, in loco sobre os problemas do povo, aboliu o espectacular, ridículo e dispendioso espectáculo protagonizado pela UGP a seguir o Presidente da República para o proteger aquando das suas deslocações ao terreno, tal como fazia o megalómano José Eduardo dos Santos. Quer dizer, estamos confrontados com uma situação de faz-de-conta que contas fazes para assim se ir caminhando e, malembe, malembe, navegar de velas pandas em águas de bacalhau. Talvez não seja bem assim, mas o perigo é essa ideia espairecer e ser confirmada pelos factos a provir.