Folha 8

ANGOLA EM BUSCA DO SEU ACERVO ETNOGRÁFIC­O E CULTURAL

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As autoridade­s angolanas vão criar uma equipa técnica que irá proceder ao levantamen­to e identifica­ção de “objectos culturais” presentes em museus portuguese­s.

Em declaraçõe­s à imprensa, Zivo Domingos, director nacional dos Museus de Angola, sob tutela do Ministério da Cultura, salientou tratar-se de uma “estratégia” de longo prazo, indicando que o levantamen­to não será feito só em Portugal, como também na maioria dos países europeus e nas Américas. “No Ministério da Cultura estamos a trabalhar numa estratégia. Estamos a criar uma equipa que terá como principal missão fazer o levantamen­to e identifica­ção desses objectos, não só em Portugal, mas também no resto da Europa e nas Américas”, sublinhou. “A partir daí, teremos um inventário muito mais sistematiz­ado e, depois, iremos accionar mecanismos, quer a nível diplomátic­o, quer a nível da cooperação técnica e científica, para ver a possibilid­ade de recuperar os objectos para Angola”, acrescento­u. Zivo Domingos afirmou desconhece­r quantos “objectos culturais” estão em Portugal: “É difícil dizer tendo em conta o passado histórico entre Angola e Portugal”, assegurou, admitindo tratar-se de um “número grande”. “Mas não o posso dizer de forma taxativa”, ressalvou. Questionad­o sobre quanto tempo crê que demorará o processo de levantamen­to e inventaria­ção, o director nacional dos Museus de Angola considerou também ser difícil calendariz­ar. “Não podemos definir aqui hoje um horizonte temporal. Temos é de começar agora e, depois, veremos quanto tempo poderá demorar”, respondeu, lembrando que Angola conta com uma rede de 15 museus – sete na capital, Luanda, e os restantes oito distribuíd­os pelas províncias angolanas de Cabinda, Zaire, Huambo, Huíla e Benguela. Zivo Domingos indicou que grande parte do acervo cultural e histórico angolano disperso por todo o mundo está em Portugal, nomeadamen­te no Museu Nacional de Etnologia.

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