Folha 8

A UMA SÓ VOZ. TRÊS, DOIS, UM “YES PRESIDENT” LOURENÇO

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OPresident­e João Lourenço repetiu ainda, durante a conferênci­a de Imprensa que o caderno de (boas) intenções apresentad­o na campanha eleitoral do MPLA, como seja que vão ser criados até 2022 os tais 500.000 novos postos de trabalho. Estamos portanto, e agora com a ajuda do FMI, às portas do paraíso. Se não for agora, será daqui a quatro anos, ou oito, ou… Repescando esse mesmo caderno de caça ao voto, João Lourenço lembrou os esforços para a captação de investimen­to directo estrangeir­o, fruto da diplomacia económica que encetou este ano (tal como José Eduardo dos Santos encetara noutros tempos com a filantrópi­ca ajuda do próprio João Lourenço) e as reformas internas destinadas a melhorar o ambiente de negócios e a di- versificaç­ão da economia do país, prometida há 43 anos e nunca concretiza­da. “Reconhecem­os as nossas deficiênci­as no quadro económico, mas estamos cada vez menos mal. Uma transição não se faz de um dia para o outro. Os 500 mil empregos é para cinco anos, para uma legislatur­a, e não em 15 meses. A diversific­ação económica, por outro lado, também vai gerar emprego”, sublinhou, não fossem os angolanos pensar que a diversific­ação económica lhes irá tirar postos de trabalho. João Lourenço admitiu, por outro lado, que a perspectiv­a social actual “piorou”, reconhecen­do que quem assim pensa “está relativame­nte correcto”, pois o bem-estar das populações depende sempre da economia, independen­temente, no caso de Angola, das oscilações do preço do petróleo. O chefe de Estado realçou as preocupaçõ­es sociais do Governo, consubstan- ciadas no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2019, destacando que, na área da Saúde, a dotação orçamental subiu dos actuais 3,6% (entre o total das despesas públicas), para 6,6% no em 2019, e que na Educação aumentou de 5,4% para 5,8%, no mesmo período. “Sabemos que não é muito, mas fica o sinal da importânci­a que damos aos dois sectores”, referiu, partindo depois para os dados económicos do país, em que destacou que o OGE para 2019, no valor (total de despesas e receitas) de 11,2 biliões de kwanzas (32,2 mil milhões de euros). Segundo João Lourenço, o défice orçamental tem vindo a melhorar desde 2016 (ano em que atingiu os -6,8%), descendo em 2017 (-6,3%) e 2018 (estimativa de -0,4%). Será mesmo correcto o Presidente falar de melhorias do défice em anos em que o país era governado pelo “marimbondo traidor” que deixou os cofres vazios? No entanto, afirmou, espera-se que em 2019 as contas públicas registem um saldo positivo de 1,5%. A taxa de cresciment­o do Produto Interno Bruto (PIB), prosseguiu, também tem melhorado desde 2016, quando a recessão atingiu os -2,6%, descendo para -0,15% em 2017 e -1,1 em 2018. A perspectiv­a para 2019 é que atinja um cresciment­o de 2,8%.

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