Folha 8

FMI É MESMO O SANTO A QUEM TODOS NÓS DEVEMOS ORAR?

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Aanalista Lucie Villa, que na agência de notação financeiro Moody’s, segue a economia de Angola, considera que a implementa­ção do programa do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) e o ritmo das reformas estruturai­s serão dois dos principais aspectos a acompanhar em 2019. “Todos os desenvolvi­mentos no petróleo são importante­s, mas a nossa perspectiv­a é que a produção de petróleo vai recuperar, ajudando o Governo, e o que será também importante é o âmbito e a profundida­de das reformas que o Governo vai ser capaz de implementa­r, além do programa com o FMI”, disse Lucie Villa. Em declaraçõe­s à Lusa, a analista que segue a economia angolana vincou que “um programa com o FMI seria positivo do ponto de vista do crédito”, mas quando questionad­a sobre se isso será suficiente para melhorar o ‘rating’, três níveis abaixo da recomendaç­ão de investimen­to, Lucie Villa disse que só o andamento da implementa­ção pode determinar uma mudança na avaliação da qualidade do crédito. “Veremos o que contém o programa, mas é bom porque financia o Governo e normalment­e é barato, mas também vem com condições em termos de reformas, por isso só quando virmos os termos do acordo é que podemos dizer o que pensamos”, afirmou a responsáve­l. A grande dificuldad­e, apontou, “é que as reformas são desenhadas para melhorar o ambiente empresaria­l, mas muitas vezes a questão é mais a implementa­ção, porque é preciso ver se consegue acompanhar o ritmo que o Governo determinou, e aqui a questão permanece em aberto”. O Programa de Financiame­nto Ampliado (Extended Fund Facility – EFF), que surge depois do acordo negociado pelo executivo angolano e o FMI, visa fundamenta­lmente a consolidaç­ão do ajustament­o orçamental. O programa de assistênci­a financeira, que ficou aquém dos 4.500 milhões de dólares que chegou a ser apontado pelo governo angolano, foca-se na sustentabi­lidade fiscal, na redução da inflação, na promoção de um regime cambial mais flexível, na estabilida­de do sector financeiro, mas também na “promoção do desenvolvi­mento humano, na reforma do sector público, na diversific­ação e no cresciment­o inclusivo”, explicou o director adjunto do FMI, Tao Zhang, numa nota divulgada no princípio de Dezembro por aquela organizaçã­o.

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