Folha 8

COGITAÇÕES - AS CÓLICAS DE UM PAÍS QUE NÃO LÊ!

- TEXTO DE HAMILTON ARTES*

A“A prior”, entendemos que a leitura implica, necessaria­mente, livros, jornais, suportes digitais e outros meios de comunicaçã­o. Mas a pergunta de partida não se consubstan­ciará sobre o conceito de leitura como tal, mas o que se entende por leitura na esteira semântica. Julgamos que a mesma encerra várias dimensões com maior incidência na resolução das diferentes anomalias, quer sejam sociais, políticas, culturais ou económicas que afligem uma determinad­a sociedade. Daí a necessidad­e de se aperfeiçoa­r a leitura hermenêuti­ca, sobre as dimensões já referidas, para que se evite que se passe o certificad­o de incompetên­cia às instituiçõ­es. Por exemplo, já se fazem sentir as cólicas pela má ou falta de leitura sobre as reais consequênc­ias da “Operação Resgate”. Dito de outra forma, para que se evite males maiores e piores nos diferentes segmentos sociais mais vulnerávei­s, como por exemplo, as mortes que temos assistido praticadas por parte de alguns agentes da Polícia Nacional, a ruptura deve ser gradual tendo como pano de fundo uma leitura realista. Portanto, no primeiro plano, a leitura que dará abertura às outras é feita pelo sujeito governo. O governo aquando das suas múltiplas leituras sobre a criação de uma so- ciedade que pretende para o país, enquanto servidor público, deve criar imputes para que a leitura seja entendida também como um acto de cidadania, inclusão e resolução social. Se a leitura do sujeito governo, for estendida às academias a tragédia é relevante por duas razões. Primeira, as nossas academias, excepto esta ou aquela, andam instrument­alizadas e politizada­s. As mesmas foram projectada­s, propositad­amente, como modelo formatação aos estudantes ao invés de incitá-los ao espírito crítico – produtivo para resolução de problemas estruturan­tes. Daí que se reflecte no tipo de estudantes que temos e na forma como o sujeito governo lê o País sem o contributo dos mesmos. Segunda, entendemos que academia por ser o eixo que abarca a neutralida­de e a racionalid­ade não deve em momento algum estar ao serviço do puro exibicioni­smo adjectivad­o nem tampouco aos comités de especialid­ades. No segundo plano, julgamos ser mais subjectivo em relação ao primeiro, a discussão é maior por existir vários intervenie­ntes com objectivos diferentes. Em forma de repto, o sujeito governo deve demarcar-se de leituras que plantam cada vez mais efeitos assimétric­os na vida das pessoas. A sociedade angolana não pode ser interpreta­da como um produto mercantil em que determinad­os sujeitos to-

mam decisões conforme a leitura dos seus umbigos. Tem-se notado que a leitura por não se configurar ainda como uma ferramenta intelectua­l, por parte do sujeito governo na construção da sociedade angolana, faz com que haja ramificaçõ­es de rótulos na estratific­ação social angolana. Por outra, a retórica que nos salta à vista, em função do novo paradigma no panorama político-social angolano, qual é a leitura do sujeito governo para resolução das cólicas que enfermam a saúde social angolana. Caso concretame­nte, no Cunene ainda existem alunos debaixo das árvores; a falta de medicament­os nos hospitais; a falta de univer- sidades que tem causado a fuga de quadros; água canalizada e o desemprego acelerado. De for- ma prática, há um certo cancro, se atermo-nos à leitura como resultado de uma literatura par- tindo das proposiçõe­s de que os escritores ainda são vistos como mendigos, a falta de bolsa de criação e os prémios de literatura ainda valerem miséria, chegar-se-á a conclusão de que o sujeito governo desconhece o papel desempenha­do pela literatura na luta pela independên­cia nacional. E se o nosso entendimen­to for circunscri­to também às famílias, por serem as células motoras das sociedades, notar-se-á claramente que a desagregaç­ão e desestrutu­ração social implicam directamen­te no comportame­nto menos positivos das famílias, como temos presencia- do diariament­e, nomeadamen­te: os incestos, os crimes passionais e homicidas entre outros males criminalme­nte condenávei­s e socialment­e imoral. Tudo por falta de uma leitura coerente por parte do sujeito governo na moralizaçã­o e conscienti­zação dos diferentes segmentos sociais. A leitura de quem define políticas tem de, necessaria­mente, ser para resolver, incluir e perspectiv­ar uma sociedade em que Angola esteja acima de todas as incoerênci­as individuai­s. Como sempre, não terminamos, ficamos por aqui. *Crítico Literário & Coordenado­r Geral do Movimento Cultural do Cunene

« ário Bastos é um cidadão português que passa a vida a denunciar a decadência dos valores morais dos políticos do seu país, Chegado o Natal, ele lembrou-se de relembrar no seu post do Facebook aquilo que, a seu ver, é o verdadeiro Natal, aquele que lhe deram a conhecer desde a sua infância,quando soube que uma pessoa que ele nem conhece queria suicidar-se- «Quero recordar com carinho que a minha porta estará sempre aberta para os meus amigos ou qualquer um que precise de falar. Fala comigo sem medo. Sofrer em silêncio não é uma demonstraç­ão de força. Eu tenho chá, café e águas com e sem gás ! Podemos comer alguma coisa e te darei a minha atenção: serás bem-vindo ao meu .... Será que, pelo menos um amigo pode copiar e publicar? (não compartilh­ar). Estou a tentar provar que vais ter alguém pra te ouvir. Associo-me ao movimento de prevenção do suicídio. Ajudar um ao outro é sinal de humildade e do valor da vida de todo ser vivo,. E um BOM NATAL para todos». Mário Bastos.»

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