COGITAÇÕES - AS CÓLICAS DE UM PAÍS QUE NÃO LÊ!
A“A prior”, entendemos que a leitura implica, necessariamente, livros, jornais, suportes digitais e outros meios de comunicação. Mas a pergunta de partida não se consubstanciará sobre o conceito de leitura como tal, mas o que se entende por leitura na esteira semântica. Julgamos que a mesma encerra várias dimensões com maior incidência na resolução das diferentes anomalias, quer sejam sociais, políticas, culturais ou económicas que afligem uma determinada sociedade. Daí a necessidade de se aperfeiçoar a leitura hermenêutica, sobre as dimensões já referidas, para que se evite que se passe o certificado de incompetência às instituições. Por exemplo, já se fazem sentir as cólicas pela má ou falta de leitura sobre as reais consequências da “Operação Resgate”. Dito de outra forma, para que se evite males maiores e piores nos diferentes segmentos sociais mais vulneráveis, como por exemplo, as mortes que temos assistido praticadas por parte de alguns agentes da Polícia Nacional, a ruptura deve ser gradual tendo como pano de fundo uma leitura realista. Portanto, no primeiro plano, a leitura que dará abertura às outras é feita pelo sujeito governo. O governo aquando das suas múltiplas leituras sobre a criação de uma so- ciedade que pretende para o país, enquanto servidor público, deve criar imputes para que a leitura seja entendida também como um acto de cidadania, inclusão e resolução social. Se a leitura do sujeito governo, for estendida às academias a tragédia é relevante por duas razões. Primeira, as nossas academias, excepto esta ou aquela, andam instrumentalizadas e politizadas. As mesmas foram projectadas, propositadamente, como modelo formatação aos estudantes ao invés de incitá-los ao espírito crítico – produtivo para resolução de problemas estruturantes. Daí que se reflecte no tipo de estudantes que temos e na forma como o sujeito governo lê o País sem o contributo dos mesmos. Segunda, entendemos que academia por ser o eixo que abarca a neutralidade e a racionalidade não deve em momento algum estar ao serviço do puro exibicionismo adjectivado nem tampouco aos comités de especialidades. No segundo plano, julgamos ser mais subjectivo em relação ao primeiro, a discussão é maior por existir vários intervenientes com objectivos diferentes. Em forma de repto, o sujeito governo deve demarcar-se de leituras que plantam cada vez mais efeitos assimétricos na vida das pessoas. A sociedade angolana não pode ser interpretada como um produto mercantil em que determinados sujeitos to-
mam decisões conforme a leitura dos seus umbigos. Tem-se notado que a leitura por não se configurar ainda como uma ferramenta intelectual, por parte do sujeito governo na construção da sociedade angolana, faz com que haja ramificações de rótulos na estratificação social angolana. Por outra, a retórica que nos salta à vista, em função do novo paradigma no panorama político-social angolano, qual é a leitura do sujeito governo para resolução das cólicas que enfermam a saúde social angolana. Caso concretamente, no Cunene ainda existem alunos debaixo das árvores; a falta de medicamentos nos hospitais; a falta de univer- sidades que tem causado a fuga de quadros; água canalizada e o desemprego acelerado. De for- ma prática, há um certo cancro, se atermo-nos à leitura como resultado de uma literatura par- tindo das proposições de que os escritores ainda são vistos como mendigos, a falta de bolsa de criação e os prémios de literatura ainda valerem miséria, chegar-se-á a conclusão de que o sujeito governo desconhece o papel desempenhado pela literatura na luta pela independência nacional. E se o nosso entendimento for circunscrito também às famílias, por serem as células motoras das sociedades, notar-se-á claramente que a desagregação e desestruturação social implicam directamente no comportamento menos positivos das famílias, como temos presencia- do diariamente, nomeadamente: os incestos, os crimes passionais e homicidas entre outros males criminalmente condenáveis e socialmente imoral. Tudo por falta de uma leitura coerente por parte do sujeito governo na moralização e conscientização dos diferentes segmentos sociais. A leitura de quem define políticas tem de, necessariamente, ser para resolver, incluir e perspectivar uma sociedade em que Angola esteja acima de todas as incoerências individuais. Como sempre, não terminamos, ficamos por aqui. *Crítico Literário & Coordenador Geral do Movimento Cultural do Cunene
« ário Bastos é um cidadão português que passa a vida a denunciar a decadência dos valores morais dos políticos do seu país, Chegado o Natal, ele lembrou-se de relembrar no seu post do Facebook aquilo que, a seu ver, é o verdadeiro Natal, aquele que lhe deram a conhecer desde a sua infância,quando soube que uma pessoa que ele nem conhece queria suicidar-se- «Quero recordar com carinho que a minha porta estará sempre aberta para os meus amigos ou qualquer um que precise de falar. Fala comigo sem medo. Sofrer em silêncio não é uma demonstração de força. Eu tenho chá, café e águas com e sem gás ! Podemos comer alguma coisa e te darei a minha atenção: serás bem-vindo ao meu .... Será que, pelo menos um amigo pode copiar e publicar? (não compartilhar). Estou a tentar provar que vais ter alguém pra te ouvir. Associo-me ao movimento de prevenção do suicídio. Ajudar um ao outro é sinal de humildade e do valor da vida de todo ser vivo,. E um BOM NATAL para todos». Mário Bastos.»