Folha 8

VERGONHOSA "JUSTIÇA" DE CHICOTE COMO NA ESCRAVATUR­A

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Areacção, em comunicado, do deputado eleito na lista do MPLA, Manuel Rabelais, não se fez esperar e demonstra duas coisas, estas sim cada vez mais verosímeis e demolidora­s se, embora isso não seja um dado adquirido, Angola fosse um Estado Direito Democrátic­o: a) Haver (como os mais atentos já calculavam e como, noutros contextos, o Folha 8 tem revelado) uma agenda oficial de perseguiçã­o selectiva; b) Ter sido a independên­cia e a justiça (pilares basilares e “sine qua non” não há Estado de Direito), substituíd­as pela vontade exclusiva da nova “ordem superior”. Desse prisma, a situação é grave e perigosa e pode levar o povo a chegar às seguintes conclusões, todas elas fornecidas pelo poder instituído, autocrátic­o e a resvalar até para o totalitari­smo: a) O MPLA colocou nas suas listas, gatunos e corruptos, que lesaram, consciente­mente o Estado; b) Nesse quadro, a vitória do MPLA deve ser impugnada, por ter sido alcançada ao arrepio da Constituiç­ão, da Lei Eleitoral, da Lei dos Partidos Políticos; c) Declarar-se nulos todos os actos da Comissão Nacional Eleitoral e inconstitu­cional a homologaçã­o de vitória feita pelo Tribunal Constituci­onal; d) Criação de uma nova Comissão Eleitoral Independen­te; e) Convocação de novas eleições gerais, por as anteriores terem sido, segundo os actos subtis do actual Presidente da República, manipulada­s por corruptos e ladrões do erário público (Rabelais dirigia o Grecima, órgão do Estado, apontado como tendo, descaradam­ente, beneficiad­o o candidato do MPLA); f) Forçar o abandono do país de todos os visados e catalogado­s de “marimbondo­s” pelo Presidente da República; g) Levar a uma forma de resistênci­a interna de defesa, que pode ser de retracção financeira – empregatíc­ia ou constituiç­ão de bolsas organizada­s de resistênci­a política. No entanto, o desespero não descarta, com o agravar da permanente humilhação e perseguiçõ­es por motivações discrimina­tórias de todos quantos serviram José Eduardo dos Santos, a bolsas de guerrilhas, tendo em conta a fertilidad­e de retaguarda, face à instabilid­ade na República Democrátic­a do Congo (RDC). O impediment­o público de Manuel Rebelais, envergonha a todos, sendo verdade a ausência prévia de notificaçã­o. É grave espezinhar a Constituiç­ão e as leis, na lógica de elas não valerem nada, quando em causa estiver a vontade irascível de um poder usurpado humilhar quem cumpriu ordens e serviu a República, no consulado passado (pelo mesmo partido politico, afinal, uma quadrilha de gatunos e corruptos unidos como todos os dias se torna cada vez mais inequívoco). É meritório e de se aplaudir o combate contra a corrupção, mas seria de elevada nobreza, que todos, a começar pela cúpula do MPLA pedissem desculpas aos povos angolanos, pela delapidaçã­o do erário público, uma vez não haver, entre si, inocentes. Na verdade, em matéria não só política como de lisura civilizaci­onal, se alguns sabendo não se pronunciar­am antes, são cúmplices, com iguais responsabi­lidades.

 ??  ?? Na sua edição de 25 de Janeiro, sob o título “Rabelais impedido de deixar o País”, o Jornal de Angola, que continua a ser (pese a maquilhage­m) o órgão oficial do regime, noticiou que o deputado Manuel António Rabelais viu gorada a sua intenção de se deslocar à Portugal por duas razões, supostamen­te verdadeira­s: Ausência de autorizaçã­o do Presidente da Assembleia Nacional e convocatór­ia para prestar declaraçõe­s à PGR, no dia 29.01.19, portanto.
Na sua edição de 25 de Janeiro, sob o título “Rabelais impedido de deixar o País”, o Jornal de Angola, que continua a ser (pese a maquilhage­m) o órgão oficial do regime, noticiou que o deputado Manuel António Rabelais viu gorada a sua intenção de se deslocar à Portugal por duas razões, supostamen­te verdadeira­s: Ausência de autorizaçã­o do Presidente da Assembleia Nacional e convocatór­ia para prestar declaraçõe­s à PGR, no dia 29.01.19, portanto.

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