KATYA SANTOS LANÇA “PEDAÇOS DE HISTÓRIA” EM LUANDA
A poetisa Katya dos Santos lança a 05 de Fevereiro de 2019 pelas 18H30, no auditório Pepetela do Centro Cultural Português em Luanda, o seu segundo livro, intitulado “Pedaços da História”. A obra tem a chancela da EDITORA ACÁCIAS e terá como apresentadora a veterana jornalista Sara Fialho.
Segundo a nota de imprensa da editora, a obra “PEDAÇOS DA HISTÓRIA” reúne 40 depoimentos de cidadãos anónimos, de idade avançada, provenientes de várias províncias, na maioria acolhidos no Beiral em Luanda. Na primeira pessoa, falam das suas histórias de vida e infortúnio, viajando pela história recente de Angola. Dramas, desespero, guerra e morte marcam as suas memórias sofridas. “As pessoas morriam mesmo como se fossem cães. A guerra aqui dentro choveu com muita força…mas isso era entre nós, porque os portugueses na independência não fizeram mais confusão”. Valentim Ribeiro – 73 anos, natural de Malange.
“O Kim só conheceu o pai na fotografia. Quando ele foi na tropa, deixou-me ficar no Lobito, houve muitas mortes. Nem quero saber da guerra, enfim…aí ele pensou que eu havia morri- do, eu também pensei que ele havia morrido”. Laurinda Almeida e Silva – 95 anos, natural do Lobito
“Naquele tempo numa casa não poderiam sair muitas pessoas para estudar, então saiu só a minha irmã, eu ficava em casa a cuidar da casa” Maria Luís- idade indeterminada, natural de Luanda “Também não sabia o que era o namoro, nunca me deixaram namorar, nunca me deixaram aprender essas coisas, era só casa, serviço, serviço, serviço. Sabia lá o que era o amor, de que cor era, como é que ficava?” Elisa de Jesus do Nascimento – 85 anos, natural do Bié Sobre a obra, diz a autora: “(…) a necessidade de vida nos olhos cansados e radiantes de quem já muito plantou e colheu, junto com o pouco tempo que lhes resta e a extrema vontade de viver, é um contraste paradoxal e impactante diante daqueles que perdem o foco da urgência de existir simples e plenamente. Somos maioritariamen- te tão exagerados na nossa insatisfação, orgulhosos e egoístas, que desfocamos a retina do essencialmente simples para focarmos nas fantásticas buscas ilusórias do dia-a-dia. (…) Foi ouvindo pedaços dessas histórias que mudei o ângulo da história da minha própria vida. No decorrer destes dias, petisquei o contraste do factor tempo e vida e saboreei da sinceridade inevitável no rosto envelhecido dessas pessoas vividas para assim consagrar a magia contida nestas páginas.”