Folha 8

“CHERCHEZ LE CHÈQUE” I

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Ainsofismá­vel vedeta deste julgamento denominado caso da “Burla à tailandesa” é um cheque bancário de 50 mil milhões de dólares americanos (cinquenta mil, é verdade). É um exagero, mais de quinze vezes o valor calculado da fortuna da nossa tri-bilionária Isabel dos Santos. Desde a abertura do julgamento, os juízes encarregad­os de julgar os 10 arguidos deste caso, presentes à barra do Tribunal Supremo, solicitara­m ao Banco Nacional de Angola (BNA) que requeira, junto do seu congénere das Filipinas, uma avaliação sobre a autenticid­ade e cobertura do referido cheque. A decisão do juiz da causa, Domingos Mesquita, foi em resposta a um requerimen­to feito por Carlos Salumbongo, advogado de Raveeroj Rithchotea­nan (RR), líder do grupo de expatriado­s acusados de tentativa de burla, e da empresária Celeste de Brito, também acusada e, a nosso ver, peça fundamenta­l deste caso.em boa verdade, tentativas foram feitas antes do início do julgamento, durante o decorrer do processo, mas nada de consistent­e foi apurado. Para esse efeito, de facto, a 5 de Dezembro de 2018, essa empresária e RR, acompanhad­os pelo general José Manuel Arsénio, presidente da cooperativ­a Ondjo Yetu, afecta às Forças Armadas Angolanas e financiado­ra da pomposa estadia do grupo tailandês em cerca de 56 milhões de kwanzas, foram recebidos em audiência pelo banqueiro Mário Abílio Palhares, no BNI, para apresentar quase solenement­e, o cheque de 50 mil milhões de dólares. Palhares, não só recebeu o cheque, datado de 24 de Novembro de 2017, mas também fez o favor de abrir uma conta bancária, número 27032993, em nome da Centennial Energy (Thayland) Company, de RR, esquecendo-se de exigir documentaç­ão legal imprescind­ível para o poder fazer. Na ocasião, indicou um dos seus colaborado­res, identifica­do por Edson Matoso, para dar seguimento ao processo, que desembocou a dada altura numa denúncia enviada por orientação de Palhares aos órgãos de justiça. Isto sem esquecer que, durante a audiência realizada na sede do BNI, os promotores deste “investimen­to” receberam garantias de que os 50 mil milhões de dólares a que o cheque número 4518164 faz referência, estariam disponívei­s em Angola no prazo de 45 dias.

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