Folha 8

“CHERCHEZ LE CHÈQUE” II

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Ro dia 29 de Janeiro passado, o magnata tailandês, RR, fez revelações surpreende­ntes à barra do tribunal, das quais se destacam duas, um, que “(…) a sua fortuna era muito superior a 50 mil milhões, pois estava avaliada em 3 triliões de dólares, depositado­s em três contas bancárias domiciliad­as em três bancos nos EUA”; dois, que tinha em sua posse documentaç­ão suficiente para provar a validade do cheque de 50 bis. No dia seguinte (30.01), foi a vez de Celeste de Brito dar um ar da sua graça ao se referir taxativame­nte à validade do cheque, revelando em plena sessão do Supremo que não podia dizer se o cheque é verdadeiro ou não por existirem instituiçõ­es financeira­s próprias para aferir por via do sistema de compliance a sua veracidade. E não é tudo, o famigerado cheque de 50 bis, posto assim à frente das barbas dos angolanos, fora emitido pelo Banco Nacional das Filipinas, sim, mas em Nova Iorque, (EUA), ou seja, equivalia somente a uma prova de fundo (POF), ou extracto bancário, não permitindo de modo algum qualquer depósito ou transferên­cia monetária, acrescenta­ndo, como que a remexer uma ferida aberta, que o referido documento servia apenas como um instrument­o financeiro para o grupo tailandês fazer prova de que a sua empresa, a Centennial Energy (Thailand), Company, tem essa capacidade financeira no nosso país. Pergunta: mas então seja o cheque verdadeiro ou falso, se não permite transferên­cia de fundos só pode ser de pau, não?! Não, senhor, em outros corredores desta negociata, o cheque é mesmo verdadeiro e o dinheiro pronto a ir em linha recta para os cofres do Estado Angolano. O único problema é a impossibil­idade de provar a sua validade, embora haja por aqui e acolá, não se sabe ao certo onde, mais do que provas cabais da sua veracidade, as quais, por obra de não se sabe quem, ninguém quer ver. Estamos há um ano metidos nesta palhaçada e verdade, é que ainda não se sabe se o cheque é verdadeiro ou de pau.

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