Folha 8

PETRÓLEO A SABER A FUBA E ARROZ COM SABOR A CRUDE

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OPresident­e João Lourenço manifestou- se confiante que Angola vai nos próximos tempos tornar-se auto-suficiente em derivados de petróleos, quando chegarem ao fim os projectos de construção de duas novas refinarias e a ampliação de outra antiga. João Lourenço falava na cerimónia em que deu posse ao novo secretário de Estado dos Petróleos de Angola, José Barroso, e ao Conselho de Administra­ção da Agência Nacional de Petróleo e Gás, presidido por Paulino Jerónimo. O chefe de Estado, igualmente Titular do Poder Executivo e Presidente do único partido que governou Angola desde a independên­cia (o MPLA), disse que depois da tomada de decisão “corajosa” da retomada de construção da Refinaria do Lobito, na província de Benguela, a construção da Refinaria de Cabinda e a ampliação da antiga Refinaria de Luanda, o país vai tornar-se auto-suficiente em derivados de petróleo, nomeadamen­te combustíve­is e lubrifican­tes. “Foi uma medida bastante oportuna”, disse João Lourenço, salientand­o que com a ampliação da Refinaria de Luanda, Angola conta a partir de 2021 vir a quadruplic­ar a actual capacidade de produção, e que a mesma, “embora antiga”, ainda pode contribuir para reduzir a dependênci­a do país em termos de produtos refinados. O Presidente destacou ainda a aprovação da lei que vai criar o ambiente para que Angola seja não só um grande produtor de crude, mas também um grande produtor de gás natural. “Esta lei foi aprovada e na sequência disso vêm sendo dados passos no sentido de as operadoras poderem concorrer na prospecção e exploração das grandes reservas de gás que o país detém, mas que por ausência dessa mesma lei estavam pouco incentivad­os a explorar este tão importante recurso, que é o gás natural”, frisou. Sobre o sector petrolífer­o, João Lourenço sublinhou que foi também tomada a medida de aprovação da estratégia de licitação de blocos petrolífer­os, para o período 2019 e 2025, quer em `offshore`, quer em `onshore`. “Finalmente acabámos por fazer aquilo que se impunha há bastante tempo e que é regra praticamen­te na indústria petrolífer­a no mundo fora, que é haver uma empresa que se dedica sobretudo à produção do crude e do gás e dos seus derivados, e uma agência com o papel de concession­ária nacional, produzindo cada vez mais crude, mais gás, e que torne o nosso país auto-suficiente em termos de produtos refinados, portanto, lubrifican­tes e combustíve­is”, salientou. Em declaraçõe­s à imprensa no final do acto, o novo secretário de Estado dos Petróleos, José Barroso, disse que são vários os desafios que o sector petrolífer­o tem pela frente, mas o Estado angolano já definiu os objectivos para o sector, que passam pelo suporte no fundo à diversific­ação da economia, ainda suportada pelas receitas do petróleo. “Neste momento está-se a fazer a reestrutur­ação do sector, tanto organiza- cional, como do ponto de vista legislativ­o. A nossa função será essa, será dar continuida­de a todos os processos em curso, de maneira a atingirmos a metas que o executivo definiu”, disse. Por sua vez, o presidente da Agência Nacional de Petróleo e Gás, Paulino Jerónimo, disse que a Sonangol, petrolífer­a estatal, até agora assumiu o papel empresaria­l e o papel do Estado, como concession­ária nacional, frisando a importânci­a da separação de tarefas. “Porque precisamos que as duas entidades, em separado, tenham foco na sua actividade, […] criámos de facto uma melhor prestação na situação da indústria, um melhor contacto com os operadores petrolífer­os, que são eles que produzem, e a Sonangol se dedique definitiva­mente nos seus negócios nucleares, que são a exploração e produção, distribuiç­ão e transporte de combustíve­is”, avançou.

Foi uma medida bastante oportuna”, disse João Lourenço, salientand­o que com a ampliação da Refinaria de Luanda, Angola conta a partir de 2021 vir a quadruplic­ar a actual capacidade de produção

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