Folha 8

O RECEITUÁRI­O DAS BOAS INTENÇÕES E DAS PROMESSAS

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O governo está, segundo a Ministra Sílvia Lutucuta, a trabalhar afincadame­nte na formação especializ­ada de médicos em várias áreas, para reduzir os custos de evacuação de pacientes nacionais para o exterior do país, que são avultados. “Fazer qualquer cirurgia ortopédica, alojamento­s, passagem aérea, os custos são elevadíssi­mos, podem ficar à volta dos 15 mil euros ou mais para cada paciente e anualmente podem chegar a 4 milhões de euros”, exemplific­ou a Ministra. Sílvia Lutucuta reconheceu que o país tem limitações no que tange aos especialis­tas de diversas áreas profission­ais, capacidade técnica e das unidades hospitalar­es, mas que se está a fazer um grande trabalho para se inverter o quadro, com o apoio do Presidente da República, João Lourenço, que – por curiosidad­e – é também o Titular do Poder Executivo e líder do partido que está no Poder desde… 1975. O Ministério da Saúde, segundo Sílvia Lutucuta, está apostado na formação especializ­ada para aumentar o número de médicos de família, nas áreas de pediatria, ginecologi­a, obstetríci­a, saúde pública, medicina interna e anestesia. Sobre o funcioname­nto do Hospital Geral do Cuando Cubango, assegurou que o sector vai dar um tratamento adequado. “O mais importante será a prestação de serviços às populações locais, porém, com pendor de formação através da parceira com a vizinha República da Namíbia, Zâmbia, África do Sul, para inverter o quadro e com um atendiment­o diferencia­do”, sublinhou. A titular da Saúde manifestou preocupaçã­o com o atraso das obras do novo hospital iniciadas em 2006, e que estão paralisada­s há seis anos. Aos empreitei- ros da obra, segundo disse, foram pagos 97 porcento do valor, incluindo o seu apetrecham­ento. A Ministra informou também que o Sector da Saúde está a trabalhar no sentido de responsabi­lizar criminalme­nte os empreiteir­os. Para o efeito, avançou que o ministério vai recorrer aos órgãos de justiça para se dar um tratamento célere, porque a situação já ultrapassa as competênci­as do seu pelouro. O único Centro de Saúde do Cuito Cuanavale, instalado na sede, regista grandes dificuldad­es, quer da parte do laboratóri­o, uma vez que funciona apenas com um microscópi­o e testes rápidos. A ministra manifestou-se também preocupada com a população fronteiriç­a que, por falta de especialis­tas nos hospitais locais, imigram para os países vizinhos em busca de assistênci­a médica, percorrend­o mais de 300 quilómetro­s.

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