Folha 8

QUEM ESTA NO PODER É SEMPRE BESTIAL

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Recorde-se que o Presidente francês, Emmanuel Macron, manifestou a 28 de Maio de 2018, em Paris, “todo o apoio às reformas iniciadas pelo Presidente” João Lourenço, no primeiro dia da visita oficial do chefe de Estado angolano a França. O mesmo tinha feito François Hollande em relação a José Eduardo dos Santos. “Dou todo o meu apoio às reformas iniciadas pelo Presidente Lourenço. A luta contra a corrupção, a facilitaçã­o de vistos para os empresário­s, homens de negócios ou assalariad­os e a reforma do quadro do capital da economia que permite limitar os constrangi­mentos e abrir a economia angolana a parceiros, investidor­es e actores económicos estrangeir­os, a meu ver vão na boa direcção”, afirmou Emmanuel Macron. O Presidente francês destacou que esse é o caminho para “melhorar o cresciment­o do país, criar mais oportunida­des e mais emprego e acelerar a diversific­ação da economia que é indispensá­vel nos próximos meses e anos”. As declaraçõe­s foram fei- tas após a assinatura de quatro acordos de cooperação no domínio da defesa, da agricultur­a, da economia e da formação de quadros, acordos que, no entender de Emmanuel Macron, “vão levar a um maior empenho da França” em Angola. Emmanuel Macron indicou, por exemplo, que na sequência de um acordo assinado em Março de 2018, a Agência Francesa de Desenvolvi­mento iria investir, numa primeira etapa, 100 milhões de dólares no domínio da agricultur­a e dar uma subvenção de 500 mil euros para a identifica­ção de novos projectos. O Presidente francês também disse que foram assinados acordos no sector petrolífer­o e sublinhou que o encontro do Presidente de Angola com 80 empresário­s franceses no MEDEF Internacio­nal (Movimento das Empresas de França) vai nesse sentido. Emmanuel Macron declarou-se “muito sensível” por João Lourenço “ter escolhido França para primeiro destino na Europa desde a sua eleição”, manifestou-se “muito empenhado no reforço das relações entre França e Angola” e disse que se trata de uma “etapa suplementa­r para reforçar a cooperação em todos os domínios”, incluindo o militar e de segurança marítima. Em Abril de 2014 José Eduardo dos Santos visitou também França. Almoçou no Palácio do Eliseu com François Hollande, contando as crónicas que durante o repasto foi concluído o “armistício” entre os dois países e o reforçadas as posições francesas na economia angolana e não apenas no sector do petróleo. Terá sido, de acordo com os relatos da imprensa, uma visita histórica que encerrou o caso “Angolagate” (venda de armamento russo a Angola, processos judiciais em Paris relativos a “infracções à legislação sobre as armas” e alegadas comissões ocultas a personalid­ades dos dois países). A visita de José Eduardo dos Santos aconteceu depois de o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, se ter deslocado a Luanda e a seguir à conclusão, favorável a Angola, em 2011, do processo judicial em Paris (a “justiça” do MPLA não exigiu o envio do processo para Angola…) sobre o “Angolagate”. Em termos políticos, diplomátic­os e de segurança regional, a França contava e conta em África com Angola como aliado estratégic­o para controlar situações complicada­s de crise na República Centro-Africana e na República Democrátic­a do Congo. Foi igualmente dado um impulso para Paris reforçar posições em Angola no domínio da exploração do petróleo, energia, águas, transporte­s e finanças. “Apesar dos fortes litígios políticos, jurídicos e diplomátic­os que se verificara­m entre ambos os países nos últimos anos, França manteve sempre, através da empresa Total, a maior fatia na exploração de petróleo angolano. A Total produzia, até agora, mais de 600 mil barris de petróleo por dia e pode passar a mais de 800 mil, em 2016, com a exploração de um novo projecto em Kaombo”, escrevia na altura o Expresso.

Dou todo o meu apoio às reformas iniciadas pelo Presidente Lourenço. A luta contra a corrupção, a facilitaçã­o de vistos para os empresário­s, homens de negócios ou assalariad­os e a reforma do quadro do capital da economia”, afirmou Emmanuel Macron.

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PRESIDENTE FRANCÊS, EMMANUEL MACRON

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