Folha 8

44 ANOS DEPOIS OS CULPADOS (AINDA) SÃO… PORTUGUESE­S?

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OGoverno angolano admitiu que, quase 44 depois da independên­cia e sempre com o MPLA no Poder, 46% da população ainda não tem registo de nascimento, reconhecen­do dificuldad­es também na emissão de bilhetes de identidade e de cédulas. Tudo isto é sinónimo de criminosa incompetên­cia. A informação foi avançada pela directora nacional do Arquivo e Identifica­ção Criminal e Civil do Ministério da Justiça e Direitos Humanos, Felismina Ma- nuel, que salientou que as províncias com mais documentos de identifica­ção são as de Luanda, Benguela, Huíla, Uíje e Cabinda. “Vou dar a mão à palmatória: temos dificuldad­es sim. A nossa base de dados tem nove milhões de bilhetes de identidade”, disse Felismina Manuel. Provavelme­nte a base de dados do MPLA tem mais cartões de militantes emitidos o que, aliás, não é de admirar pois sabe-se que o cartão do partido vale mais do que qualquer outro documento. Segundo dados do último censo geral da população, de 2014, cerca de 54% dos angolanos tem registo civil, o que correspond­e a 13,7 milhões de habitantes, dos quais cerca de 11 milhões se encontram em áreas urbanas e os restantes em zonas rurais. Ainda de acordo com esse censo geral, Angola contava, então, com mais de 25 milhões de habitantes, estimando-se que possa atingir os 30 milhões em 2020. Recorde-se que a Assembleia Nacional aprovou no dia 26 de Novembro de 2015, por unanimidad­e, a Lei de Simplifica­ção de Registo de Nascimento. Em declaraçõe­s à imprensa, à saída da ses- são parlamenta­r, o então ministro da Justiça, Rui Mangueira, disse que o diploma inova aspectos fundamenta­is no processo de registo de nascimento, nomeadamen­te com a introdução da recolha de dados biométrico­s. “Para evitarmos o duplo registo, que tem estado a acontecer um pouco por todo o país, por uma série de razões, através da recolha da face e da íris, para termos a certeza de facto dos dados que estamos a recolher relativame­nte aos cidadãos”, frisou. Segundo o ministro, a introdução da recolha de dados biométrico­s facilitará igualmente o processo de obtenção do Bilhete de Identidade. Rui Mangueira apontou ainda como inovação a colaboraçã­o com o Ministério da Saúde, que visa a realização de registos de nascimento a partir das maternidad­es públicas ou privadas, estando já a decorrer alguns ensaios. No meio rural, frisou o governante angolano, a colaboraçã­o acontece com as parteiras e autoridade­s tradiciona­is, incumbidas de fazer o cadastro de todo as pessoas que fazem os partos e das que morrem. “O cadastro é uma actividade oficiosa, é apenas para que as autoridade­s tradiciona­is e as parteiras tradiciona­is nos possam fornecer informaçõe­s sobre as pessoas que nasceram e também as falecidas, e com base nisso vamos tratar de registar oficialmen­te os nascimento­s e os óbitos”, realçou.

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DIRECTORA NACIONAL DO ARQUIVO E IDENTIFICA­ÇÃO CRIMINAL E CIVIL DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS, FELISMINA MANUEL

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