RAZÕES DA SUSPENSÃO DO JULGAMENTO DA “BURLA À TAILANDESAI
Oprimeira decisão adoptada pela equipa de juízes do Tribunal Supremo encarregue de julgar os dez cidadãos supostamente envolvidos no “Caso Burla à Tailandesa” foi solicitar ao Banco Nacional de Angola (BNA) que requeira, junto do seu congénere das Filipinas, uma avaliação sobre a autenticidade do cheque de 50 mil milhões de dólares e se tem cobertura, cheque esse que foi emitido em nome da empresa Centennial Energy Thailand, Company, de que o suposto bilionário Raveeroj Rithchoteanan (RR) é proprietário e exerce o cargo de presidente do Conselho de Administração. O seu advogado. Carlos Salumbongo, requereu também que o tribunal notifique o cônsul honorário das Filipinas acreditado em Angola a comparecer em juízo na condição de declarante, na medida em que o causídico considerava ser fundamental que o Banco Central das Filipinas, ou o seu representante legal em Nova Iorque, EUA, apresentem esclarecimentos sobre o referido cheque, número 4518164, datado de 24 de Novembro de 2017 de que ele era fora o receptor. Certo é que uma mensagem foi enviada por uma agência do Banco Central das Filipinas assinalando que nada constava nos arquivos sobre uma qualquer irregularidade afecta ao documento, o que, de modo prematuro, foi considerado que o mesmo devia ser verdadeiro e ficou no ar a simples dúvida sobre se havia dinheiro para o pagar. Entretanto, o tempo foi passando e nenhuma entidade oficial, nenhum banqueiro do mundo, nem nenhum perito internacional conseguiu apurar e desvendar esse mistério, que se manteve opaco até à passada quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2019, quando, enfim, foi recebida uma comunicação do Banco Central das Filipinas a certificar que o cheque é falso. Mistério que sai do rol doutros mistérios, um, em torno da forma como os tailandeses obtiveram os vistos de trabalhos, válidos por um ano, a contar de 22 de Dezembro de 2017; mistério sobre a obtenção dos vistos de entrada no país; mistério sobre as razões de um empréstimo concedido ao bilionário RR de 30.000 euros para pagar não se sabe ao certo quais serviços a uma funcionária da sede do Banco Central das Filipina; mistério sobre a insolvibilidade de RR para pagar a sua estadia no hotel Epic Sana; mistério sobre a modificação do Swift bancário do banco das Filipinas denunciado pela empresária Celeste de Brito. E muito mistério junto!