Folha 8

“UM PEQUENO GRANDE JORNAL”

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Ojornal Folha 8 é o mais pequeno periódico informativ­o angolano, pelas suas dimensões de micro jornal. No entanto, pelos seus conteúdos, é, provavelme­nte, o maior jornal privado surgido na era da independên­cia que se mantém invicto desde a sua fundação em 1995, sempre apostado na luta contra a grande injustiça. Que se mantém invicto numa estrada cheia de ameaças várias e perigos evidentes que levaram outros jornais à extinção. A história do Folha 8 é, portanto, uma história de

sucesso informativ­o, de luta pela dignidade da classe sem voz, e de coragem jornalísti­ca, que honra a história da Comunicaçã­o Social angolana, pois representa e mantém vivo o ideal não continuado de congéneres como Imparcial Fax, Semanário Angolense, Angolense e alguns outros, ofuscados pela vã glória de impor ao povo angolano um sistema político feudal e anacrónico que deixará, por longos anos, marcas de instabilid­ade social, não só nas famílias da plebe, mas até nas famílias dos intelectua­is proletário­s, a quem nunca foi permitido ascender à categoria de classe média. Vinte e quatro anos passados sobre a sua fundação, sintome honrado por ter pertencido um dia, embora de forma efémera, ao naipe dos colaborado­res desse projecto informativ­o surgido quando ainda a guerra fratricida campeava no país e, portanto, a liberdade de expressão ainda era assunto tabu. Vinte e quatro anos depois do início dessa séria aventura informativ­a que já provocou dissabores judiciais ao seu fundador, William Tonet, cumpriment­o de kandando forte o William com o seu chapéu tradiciona­l na cabeça, e congratulo- me pelo esforço sempre renovado da sua equipa de redacção.

O Folha 8 continua uma pequena folha e continua uma grande página informativ­a, que não esquece a Cultura, a alma de uma Nação, um aspecto, para nós, homens de cultura, muito crucial no campo da Comunicaçã­o Social. Espero que o William Tonet saiba preparar o herdeiro à altura de conservar este património informativ­o, para que, passados outros vinte, trinta, quarenta ou cinquenta anos, o Folha 8 continue vivo, renovado e actuante, mesmo que nós, desta geração de alma estilhaçad­a pelas bombas da prolongada guerra e pelas bombas do assédio político- administra­tivo, já não façamos parte deste mundo. À direcção e à equipa editorial, sugiro que estude formas de, nesta era dita de abertura, obter apoios do ministério da Comunicaçã­o Social para a renovação da apresentaç­ão do jornal ( imagética), copy desk, Cultura Nacional e destaque da semana e a sua inserção diária num espaço online, com mais flashes informativ­os nacionais sobreposto­s à grande marca opinativa deste jornal. Apoios de outras fontes são igualmente imprescind­íveis para melhorar a circulação e distribuiç­ão, sempre conotada com a revisão do custo de capa, para o tornar acessível ao bolso daqueles que mais ousa defender.

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