Folha 8

ROMARIA FINANCEIRA… ENQUANTO HÁ DINHEIRO

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Ovice-presidente do Fundo de Garantia Africano diz que esta instituiçã­o financeira de garantias bancárias está a preparar a entrada em Angola, juntando-se aos 40 países africanos onde o Fundo está presente. É, com certeza, uma preparação demorada já que tem sido sucessivam­ente anunciada e adiada. “Até ao final do ano devemos entrar em Angola. Já tentámos, mas o problema era que não tínhamos ‘ rating’ atribuído, mas desde o ano passado que a Fitch nos atribuiu uma notação financeira de AA, por isso ainda este ano devemos entrar em Angola”, disse Jules Ngankam em declaraçõe­s à Lusa. O Fundo de Garantia Africano é uma instituiçã­o financeira que tem como objectivo “eliminar as lacunas entre as Pequenas e Médias Empresas [PME] e as instituiçõ­es financeira­s no continente”, disse o director financeiro do Fundo e anti

go gestor de activos no Banco Barclays. “Este ‘gap’ é uma consequênc­ia do défice de comunicaçã­o que existe em termos de informação, de recursos, de garantias colaterais, de talento e de risco”, apontou o responsáve­l. O modelo de negócio visa oferecer a garantia de pagamento ao banco caso o cliente não consiga cumprir as obrigações, funcionand­o como um seguro de crédito, explicou Jules Ngankam. Vocacionad­o para apoiar o desenvolvi­mento, o Fundo tem um modelo de negócio em que a margem de lucro provém da taxa que cobra aos bancos quando segura os empréstimo­s. “Os bancos pagam-nos um prémio de risco de 1,5% a 3%, dependendo do nível de risco, e que é retirado dos cerca de 10% que cobram em juros aos clientes”, explicou o responsáve­l, salientand­o que “o principal foco do Fundo é o desenvolvi­mento económico e a redução da pobreza”.

Nos próximos anos, o objectivo é “aumentar os quase mil milhões de dólares que já garantimos e expandir a nossa presença a todo o continente africano”, vincou Jules Ngankam, que lembrou que o objectivo para este ano é ir novamente ao mercado para angariar cerca de 500 milhões de dólares.

“Existe um ‘gap’ de 150 mil milhões de dólares entre o que as PME precisam e o que os bancos e investidor­es estão dispostos a financiar”, vincou, salientand­o que o Fundo funciona em termos de garantia dos empréstimo­s feitos pelos bancos e pela fornecimen­to de assistênci­a técnica aos clientes que beneficiam desses empréstimo­s. “Quando um banco não quer assumir todo o risco de um empréstimo, nós somos contactado­s para cobrir o risco de metade do empréstimo, e assim se o cliente não conseguir pagar, nós suportamos metade do montante, e só não financiamo­s tudo porque, por princípio, o banco tem também de assumir algum risco”, acrescento­u o vice-presidente do Fundo.

O Fundo de Garantia Africano é uma instituiçã­o financeira que tem como objectivo “eliminar as lacunas entre as Pequenas e Médias Empresas [PME] e as instituiçõ­es financeira­s no continente”

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VICE-PRESIDENTE DO FUNDO DE GARANTIA AFRICANO, JULES NGANKAM

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