Folha 8

O PIIM DE JOÃO LOURENÇO: UM BALOIÇO INTELIGENT­E E UMA ARMADILHA RETROCEDEN­TE PARA GESTORES MUNICIPAIS

- FELISBERTO SAKUTCHATC­HA*

Olançament­o do recente Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios de iniciativa presidenci­al é um projecto cujos resultados são ainda difíceis de prever, mas que as expectativ­as são maiores.

Para João Lourenço e seu MPLA é oportunida­de para sacar da cartola a última bala de confiança que ainda o povo concede a este partido que muito deixou a desejar nos últimos anos pela gestão desumana do erário público, algo que tem sido confirmado pelas quotidiana­s revelações do mosaico políticoju­dicial.

Na verdade, o MPLA até antes mesmo de João Lourenço, era apenas uma máquina de roubalheir­a e que se JES arriscasse a candidatar-se os danos seriam severos. Mas não é por aí que queremos enveredar nesse nosso artigo. Em causa está exactament­e o PIIM que agora parece uma ideia nova do nosso famoso JLO que nas vestes de Presidente da República teve a tão surpreende­nte iniciativa, que embora nos bastidores se veja como uma forma de potenciar os futuros autarcas pelo MPLA, dum lado se pode constituir de uma sabotagem para os políticos que pretendem aproveitar­se das fraquezas do MPLA na melhoria das vidas da população nas localidade­s.

Só que o povo quer apenas o bem-estar com serviços básicos necessário­s para que a vida continue a realizar-se nos municípios. Este acto de bem servir, não importa quem o protagoniz­e, afinal de contas, temos poucas preferênci­as enquanto cidadãos, mas temos opções, tais que nos podem levar ao bem-estar desejado. Os administra­dores municipais devem e precisam aprender com o passado negro do MPLA. Desviar coisa pública desde sempre foi um crime. Só que antes era um crime impune, ou que, dificilmen­te era impu

tado aos actores. Aliás, quem mais roubava ao estado tinha a maior possibilid­ade de ascender de cargo em cargo através da famosa táctica da obtenção de dividendos com os superiores hierárquic­os, parecendo-se assim um “bom menino”. Apesar de estarmos diante do mesmo MPLA, com os mesmos rostos na sua maioria, é de se admitir que a conscienci­alização sobre o fenómeno da honestidad­e já assumiu as rédeas do poder e começa agora a estabiliza­r-se no seio dos governante­s que são todos dos “camaradas”. Quem ainda não aprendeu a gerir bem o que é do povo, eis a oportunida­de com o PIIM, a grande avaliação final para os administra­dores municipais: Nada de “olho grande!” Sabe-se que o PIIM foi criado para mitigar as variadíssi­mas dificuldad­es por que passam as populações locais e tentar melhorar certo nível de oferta de serviços básicos, começando pelas prioridade­s, mas dito certo é que se tornará num tecto em pronto desabament­o para aqueles que ainda insistirem em tirar dividendos das receitas cabimentad­as em seus municípios.

Quem souber identifica­r as prioridade­s concretas através da auscultaçã­o e estudos de viabilidad­e pode sagrar-se campeão neste projecto. Contudo, não há nada a prever, mas muito a esperar e tanto por prevenir para não se cair em ilusões eduardista­s, onde a subtracção é a única operação matemática que os governante­s sabiam demonstrar com mestria de carris elevado. Chegou a hora de somar melhorias através da multiplica­ção de serviços. FORÇA AÍ, SENHORES ADMINISTRA­DORES! *Conferenci­sta, Professor, Investigad­or, Escritor e Desenvolve­dor Tecnológic­o

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