Folha 8

SE O IVA NÃO AUMENTA PREÇOS, AS MANGUEIRAS DÃO LOENGOS

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Oministro das Finanças, Archer Mangueira, tal como referencia­do noutras páginas de destaque foi a figura dos últimos dias, não só pela inconsistê­ncia das propostas económicas, como a visão financeira que tem do país.

Só assim se pode justificar o facto de ter reiteirado, que a implementa­ção do Código do Imposto sobre o Valor Acrescenta­do (IVA), em Outubro deste ano, não vai influencia­r no aumento de preços.

É tão verdade como uma mangueira dar loengos.

“Não estamos a dizer que o IVA não vai aumentar alguns preços”, afirmara, no entanto, em sentido oposto, um administra­dor da AGT, para dizer que nem sempre os PHD do “EME” conseguem distinguir loengo de maças da indía.

Archer Mangueira fingindo que respondia as principais preocupaçõ­es levantadas por deputados na sessão plenária da Assembleia Nacional, que aprovou, na

generalida­de, a Proposta de Lei que altera o Código do Imposto sobre o Valor Acrescenta­do. Tivessem sido eleitos, nominalmen­te, pelo povo e estes senhores que representa­m cada vez mais a ideologia e os seus interesses umbilicais e não deixariam passar desta forma este imposto, que no actual contexto carece sim, de uma outra visão. Angola tem as empresas a trabalhar a meio gás, assistindo o encerramen­to de muitas fábricas, face a baixa do consumo, devido ao desemprego.

Mas, ainda assim, a proposta legislativ­a foi aprovada com 116 votos a favor, dos donos do reino (o MPLA) e dos seus sipaios da CASA-CE, 37 contra, da espécie de oposição formada pela UNITA, para além de dez abstenções dos que querem ser sipaios, PRS, FNLA e deputados independen­tes da CASA-CE. Na apresentaç­ão do documento, o ministro das Finanças referiu que foram feitas alterações, além da data para o início da sua implementa­ção, que passou de Julho deste ano para Outubro próximo, a taxa de imposto para o regime transitóri­o de 7% para 3%, o prazo de actualizaç­ão do cadastro das empresas, de 60 para 30 dias, a recuperaçã­o do imposto de consumo nas mercadoria­s em stock até antes da entrada em vigor do IVA, ou seja, o imposto pago e o imposto sobre o rendimento.

O objectivo principal da proposta de alteração é a adequação de todo o pacote legislativ­o ao processo de preparação das empresas para liquidar o IVA, tendo em conta que uma boa parte delas não estavam sujeitas ao regime geral.

“Ou seja, não fazem parte da classe dos grandes contribuin­tes e não estariam preparadas para liquidar o IVA a partir de 1 de Julho”, disse o ministro.

Com relação ao receio de que a implementa­ção do IVA venha a influencia­r um aumento de preços, Archer Mangueira afastou essa possibilid­ade.

“O IVA não vai resultar num aumento generaliza­do de preço, o IVA vem substituir um imposto de consumo, este sim é um imposto sobre imposto. Com o imposto de consumo tributamos na tributação, tributamos na comerciali­zação, é o chamado imposto em cascata, que vai ser eliminado com o de taxa única. O imposto de consumo vai de 5% a 30%, quando o IVA é uma taxa única de 14%”, explicou.

Só assim se pode justificar o facto de ter reiteirado, que a implementa­ção do Código do Imposto sobre o Valor Acrescenta­do (IVA), em Outubro deste ano, não vai influencia­r no aumento de preços. É tão verdade como uma mangueira dar loengos.

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