Folha 8

NÓS POR CÁ…

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Angola, como todo o mundo sabe mas que poucos dizem que sabem, é actualment­e aquele país que para uma população de quase 30 milhões pessoas tem 20 milhões de pobres, tem um enorme potencial diamantífe­ro nas regiões norte e nordeste do país, com dados que indicam para a existência de um total de recursos em reservas de diamantes superior a mil milhões de quilates. Esta informação foi divulgada no dia 30 de Junho de 2017 durante a apresentaç­ão de um estudo sobre o “Potencial Diamantífe­ro de Angola: Presente e Futuro”, realizado pelos serviços geológicos das diamantífe­ras russa, Alrosa, e da angolana estatal, Endiama.

No que diz respeito aos kimberlito­s, são responsáve­is por 950 mil milhões de quilates,

enquanto que os aluviões correspond­em a mais de 50 mil milhões de quilates.

O director- adjunto da Empresa de Investigaç­ão científica na área de pesquisa e prospecção geológica da Alrosa, Victor Ustinov, que apresentou o estudo, referiu que esses dados demonstram que o potencial kimberlíti­co de Angola é 15 vezes superior ao potencial aluvionar.

“Ao mesmo tempo, podemos dizer que em Angola existem território­s com muito boa probabilid­ade de descoberta de novos jazigos de diamantes”, disse, acrescenta­ndo que a empresa conjunta da Alrosa e Endiama, a Kimang, estava a realizar os seus trabalhos de prospecção geológica numa dessas áreas. O estudo refere que Angola tem território­s

com grandes probabilid­ades de descoberta de diamantes. Os resultados da pesquisa apontam que os território­s, que abrangem as províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Malange e Bié, apresentam alto potencial diamantífe­ro, e sem probabilid­ades de existência de diamantes as províncias do Uíge, Zaire, Luanda e Bengo. Com potencial provável, o estudo indica os território­s integrados pelas províncias do Cuanza Norte, Cuanza Sul, Huambo, Huíla, Benguela, onde poderão ser descoberta­s reservas kimberlíti­cas com teor médio de diamantes e reservas aluvionare­s de média dimensão.

Ainda por esclarecer o seu potencial estavam as províncias Cuando Cubango, Moxico e Namibe, devendo ser realizado

trabalhos de investigaç­ão científica, defendeu o responsáve­l. Victor Ustinov sublinhou que uma vez realizados estudos de investigaç­ão adicionais é possível aumentar o potencial diamantífe­ro de Angola em pelo menos 50%.

“Com o potencial de 1,5 mil milhões de quilates de diamantes podemos estar seguros que o sector de mineração vai se desenvolve­r de forma significat­iva”, disse, indicando trabalhos que devem ser desenvolvi­dos nesse sentido.

“É necessário desenvolve­r novos métodos de prospecção que permitam descobrir jazigos kimberlíti­cos e aluvionare­s a grandes profundida­des, usando métodos de estudos geofísicos, geoquímico­s, análises de imagens espaciais e estudos analíticos”, disse.

A finalizar, Victor Ustinov sublinhou que o potencial diamantífe­ro de Angola “é muito alto e nos próximos anos o país será palco de grandes descoberta­s”. No final dessa apresentaç­ão, em declaraçõe­s à imprensa, o então ministro da Geologia e Minas de Angola, Francisco Queiroz, disse que a informação apresentad­a é de grande utilidade para Angola, “não só para efeitos pedagógico­s, científico­s, como também para o trabalho que se está a realizar de recolha de informação ao nível do Plano Nacional de Geologia ( Planageo)”. Francisco Queiroz disse que Angola estava a trabalhar com as autoridade­s da Rússia para a recolha geológica em posse russa, trabalhos realizados para integrar na base de dados do Planageo.

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