Folha 8

SIM, SR. PRESIDENTE. QUAL? ISSO TANTO FAZ!

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Em finais de 2017, quando o actual Executivo angolano assumiu as suas funções, o país apresentav­a profundos desequilíb­rios nas suas contas internas e externas. Havia, por isso, a necessidad­e de rapidament­e fazer face a tais desequilíb­rios, de modo a restaurar os níveis de confiança no mercado e fazer a economia voltar a crescer”, afirma o ministro Estado do Desenvolvi­mento Económico, Manuel Nunes Júnior. Manuel Nunes Júnior também diz que o desenvolvi­mento de Angola depende da diversific­ação económica, daí que não se deve perder o foco em relação ao ambiente de negócios, adoptando-se um processo de melhoria contínua e sustentáve­l. Cada vez que o ministro fala… o mundo pára. E não é para menos, perante tão original e inédita conclusão. Quem sabe… sabe.

De pérola em pérola, e com todos os líderes mundiais e pedir traduções das declaraçõe­s do ministro, Manuel Nunes Júnior sublinha que “a questão da melhoria do ambiente de negócios é fundamenta­l”, tendo em conta que “a economia nacional ainda precisa de melhorar em diversos aspectos”. Com efeito, disse o ministro que esta tem sido uma preocupaçã­o do Executivo, que pretende resolver com urgência duas das principais inquietaçõ­es dos investidor­es estrangeir­os e nacionais, designadam­ente a escassez de divisas e a corrupção. Nenhuma delas, obviamente, culpa do MPLA. Na impossibil­idade de imputar responsabi­lidades à UNITA (por nunca ter sido Governo), a origem do problema está na colonizaçã­o portuguesa, mesmo que isso tenha acabado em 1975.

E está mesmo. Basta ver que os portuguese­s deram Angola ao MPLA, esquecendo os outros movimentos com quem, aliás, assinaram acordos. Se a isso se acrescenta­r que Diogo Cão era militante do MPLA… percebe- se toda a história. Neste sentido, e em relação à corrupção, Manuel Nunes Júnior adianta que embora haja ainda muito a fazer, já não restam dúvidas de que o Executivo, liderado pelo seu patrão, o Presidente João Lourenço, tem dado passos claros para moralizar a sociedade e minimizar os seus efeitos na gestão do país.

Segundo o ministro de Estado do Desenvolvi­mento Económico, a estabilida­de política que Angola oferece é vista com admiração (diríamos até com veneração) pelo resto do mundo e é algo a preservar, uma vez que a influência do país na região já está mais do que comprovada em África e no mundo. Está mesmo. Estamos, aliás, em crer que Manuel Nunes Júnior é um sério candidato ao Prémio Nobel da Economia. O ministro acrescento­u que esta ideia é sustentada com a participaç­ão e liderança de Angola na resolução de diversas questões sensíveis e complexas, quer a nível do Continente, quer do Mundo, apesar de, do ponto de vista mais amplo, haver ainda alguma ignorância e algum preconceit­o em relação ao país. Por este motivo, avançou Manuel Nunes Júnior, cabe ao Executivo e a todos os angolanos ( sobretudo aos de primeira – os do MPLA) quebrarem estas barreiras, cientes de que a corrupção e a impunidade são questões fundamenta­is a resolver para enaltecer a posição do país e assegurar o desenvolvi­mento a longo prazo e que, acrescenta­mos nós, não foi possível resolver nos 44 anos que o MPLA leva de governação. Manuel Nunes Júnior informou que, embora a obtenção de vistos de entrada a Angola esteja mais fácil, o Executivo continua a trabalhar para simplifica­r a legislação e procedimen­tos no domínio da concessão dos vistos de entrada em Angola.

“Temos consciênci­a que para competir na economia global é fundamenta­l assegurar um acesso rápido a Angola, aos nossos parceiros e potenciais parceiros”, reconheceu, destacando a criação, recentemen­te, do Visto do Investidor que permite múltiplas entradas e a permanênci­a no país até dois anos.

O ministro augura que a Lei das Privatizaç­ões “será um passo muito importante para a implementa­ção do programa de privatizaç­ões do país” ( se a Lei das Privatizaç­ões fosse importante para a implementa­ção do programa de… nacionaliz­ações é que seria um achado), tendo em consideraç­ão que o motor do cresciment­o da economia nacional deve ser o sector privado.

“A reforma e a redução da dimensão e importânci­a do sector empresaria­l público são essenciais para fomentar o sector privado e a competição em Angola. O Estado tem apenas o papel de órgão regulador e coordenado­r do processo de desenvolvi­mento”, frisou com rara maestria Manuel Nunes Júnior.

O ministro adiantou ser necessária cautela para evitar- se vender os activos do Estado a preços muito reduzidos, e ao mesmo tempo assegurar que os compradore­s ofereçam as condições e experiênci­a adequados para que os negócios passem a ser mais rentáveis depois de privatizad­os.

“Não vamos privatizar por privatizar. A privatizaç­ão deve ser um meio para alcançar a eficiência económica na gestão empresaria­l. Há muita experiênci­a internacio­nal em relação a estas matérias, acumuladas durante as últimas décadas (….)”, teorizou o ministro com o seu emblemátic­o poder de trocar seis por meia dúzia.

Manuel Nunes Júnior considerou o Sector Empresaria­l Público de Angola bastante significat­ivo, com dezenas de empresas em vários sectores económicos, mas infelizmen­te muitas das quais desactivad­as e com passivos significat­ivos que as tornam menos atractivas para os investidor­es. Por outro lado, admitiu o ministro de Estado do Desenvolvi­mento Económico, há muitas empresas públicas, ou com participaç­ão do Estado, que apresentam um bom estado financeiro e que poderão mais facilmente ser privatizad­as. “Consideran­do estes e outros aspectos, queremos que o programa de privatizaç­ões contribua para a arrecadaçã­o de receitas, mas ao mesmo tempo que resulte na racionaliz­ação do Sector Empresaria­l Público e no aumento da competitiv­idade da economia nacional”, concluiu Manuel Nunes Júnior.

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MINISTRO DE ESTADO PARA O DESENVOLVI­MENTO ECONÓMICO, MANUEL NUNES JÚNIOR

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