SINOPSE DA GREVE DA RNA
Os profissionais dos 36 canais da Rádio Nacional de Angola, em todo o país, lançaram na segunda-feira (22) um aviso de greve interpolada com a duração total de 30 dias, devendo a primeira, de 10 dias, ser observada a partir das zero horas do dia 29 de Julho (segunda-feira). A paralisação, segundo os grevistas, justifica-se por uma alegada falta de confiança em relação à gestão dos integrantes do CA do grupo RNA.
Não protestam contra o Executivo. Este cumpriu o seu papel, desbloqueou a verba para os pagamentos e ajustamentos salariais reivindicados pelos trabalhadores. Os alvos do protesto são, sobretudo, o presidente do CA da empresa, Marcos António Quintino Lopes, e o administrador para a área Finanças, Fidel José Adão da Silva.
Os dois administradores terão aumentado os seus salários e atribuído a directores de algumas províncias um subsídio de chefia de cerca de 400 mil Kwanzas. Alguns funcionários acusam: «“É como se se tivessem aproveitado a nossa reivindicação (…) aplicaram um qualificador e distribuíram entre si a verba do Estado (…) Isto para não falar dos carros topo de gama que compraram numa altura em que diziam não haver dinheiro”.
O MCS tomou conhecimento da declaração de greve na RNA assinada pela direcção do SJA, após a assembleia de trabalhadores realizada no domingo passado (21), na sequência de uma convocatória datada do dia 20 deste mês.
O MCS apela ao diálogo entre o Sindicato de Jornalistas Angolanos (SJA) e o Conselho de Administração da RNA), para chegarem a entendimento. O MCS manifestou, desde já, total empenho para continuar a exercer o seu papel conciliador, orientando a RNA a criar uma comissão de reclamações com participação da sua parte e de um representante do sindicato, para avaliar e decidir sobre as reivindicações apresentadas.
O MCS recorda à opinião pública que, em Maio deste ano, o CA da RNA chegou a um acordo com o SJA em relação ao caderno reivindicativo então apresentado com um total de dez pontos.
O MCS salienta que um dos pontos principais deste caderno reivindicativo era referente ao reajuste salarial, entretanto viabilizado.