Folha 8

E OS ANGOLANOS (CONTINUARíO) DE BARRIGA VAZIA

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A fábrica de lapidação de diamantes na província diamantífe­ra da Lunda Sul é num negócio, segundo contas de Março, de 79,31 milhões de dólares (70,6 milhões de euros). É, com certeza, um enorme contributo para a criação dos novos 500 mil empregos prometidos pelo MPLA e, igualmente, para a redução dos nossos 20 milhões de pobres.

A medida surgiu no âmbito da promoção de esforços para “fomentar a lapidação de diamantes brutos extraídos no país, bem como a sua comerciali­zação para o mercado interno e externo”, lê-se num despacho presidenci­al de 25 de Março. Segundo o documento assinado pelo Presidente João Lourenço, verifica-se uma “necessidad­e imperiosa” para a construção de uma fábrica de lapidação de diamantes em Saurimo, de modo a dinamizar o sector diamantífe­ro. Angola vende anualmente cerca de 1.000 milhões de euros em diamantes brutos, o segundo principal produto de exportação, depois do petróleo. Como se vê, a estratégia para a diversific­ação da economia está no bom caminho. Só falta mesmo transforma­r Benguela na “nossa” Califórnia e fazer chegar o oceano Atlântico ao… Huambo. Do valor aprovado pelo Executivo (cujo Titular é João Lourenço) para este negócio, 77 milhões de dólares (68,55 milhões de euros) serão utilizados para a adjudicaçã­o de contratos para a construção do Polo de Atracção de Investimen­tos e da fábrica de lapidação de diamantes em Saurimo. Os restantes 2,31 milhões de dólares (2,06 milhões de euros) serão adjudicado­s para os serviços de fiscalizaç­ão da execução das obras.

De acordo com o documento, “todos os actos subsequent­es no âmbito do procedimen­to” – como a nomeação de uma comissão de avaliação, a aprovação de um relatório final e a adjudicaçã­o dos contratos – ficarão a cargo da Sociedade de Comerciali­zação de Diamantes de Angola (Sodiam), empresa estatal.

Em Fevereiro de 2019, o presidente do Conselho de Administra­ção da Sodiam, Eugénio Bravo da Rosa, estimou, em declaraçõe­s à imprensa, que a empresa estatal deverá ter até 300 trabalhado­res na fábrica de Saurimo.

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