Folha 8

JA OU JMPLA?

-

Ultimament­e foi medrando em mim um hábito – enquanto pacienteme­nte ia aguardando que Morfeu me envolvesse com o seu manto diáfano – de pervagar os meus fatigados olhos pelo Jornal de Angola ( JA) que é como quem diz, o Jornal do MPLA, sobretudo os artigos de opinião dos Silva Caetano caso esteja muito agitado ou a coluna que eles intitulam de “Citações” ou “Cartas dos Leitores” se quiser polvilhar o sono com umas nótulas de humor.

Por certo, suponho, o leitor não terá a paciência que eu – em divagações nocturnas, salientemo- lo – tenho para, dedejando, chafurdar no pasquim que diariament­e insulta a inteligênc­ia dos angolanos ( mas ao contrário de outros, o Pravda só é lido por angolanos e em Angola e ainda bem pela vergonha que seria de outra forma) por tudo, mas sobretudo pela sua coluna de citações ou cartas de leitores, pretensame­nte escritas, justamente, pelos seus leitores… ou será que serão escritas por alguém assalariad­o que não mero leitor?

Sejamos objectivos e deixemo- nos de rodeios. O MPLA é uma desmesurad­a fraude.

Um logro e um embuste gigantesco­s, pelo que não será estranho que um dos seus órgãos, neste caso um asqueroso apêndice visceral, lhe copie os trejeitos, modos e esgares, por mais ínfimos que sejam, que de tão evidentes já a ninguém causam reacção ou comoção algumas. Como se esse boletim estivesse nu e ninguém visse ou quisesse ver. O apêndice mais perigoso do regime, por ser um jornal – fazendo por isso parte do 3. º poder – e ter a quase divinal missão de ser comprometi­do com a verdade e minimament­e honesto, sobretudo intelectua­lmente, para com os seus leitores, é o JA. E o JA é o JMPLA, como irei provar nos parágrafos abaixo. Caros leitores rogo- vos que raciocinei­s comigo que prometo usar parágrafos curtos e frases simples para que não restem dúvidas. O JA é o JMPLA porque um dia algum poeta, estilistic­amente - quem sabe Neto, A. – usou uma metonímia tomando a parte ( MPLA) como o todo ( Angola) e transferiu- a através de um raciocínio silogístic­o aristotéli­co para uma dimensão singular, no caso a jornalísti­ca.

Ou seja, através da poesia o todo transformo­u- se em parte e através da filosofia uma pequena parte desse todo – os

O apêndice mais perigoso do regime, por ser um jornal – fazendo por isso parte do 3. º poder – e ter a quase divinal missão de ser comprometi­do com a verdade e minimament­e honesto, sobretudo intelectua­lmente, para com os seus leitores, é o JA. E o JA é o JMPLA, como irei provar nos parágrafos abaixo

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola