Folha 8

OS CONTÍNUOS DESMAIOS DE RAPARIGAS NAS ESCOLAS E A INCAPACIDA­DE DAS AUTORIDADE­S

- ELIAS ISAAC

Em Angola tudo que é absurdo e inexplicáv­el é normal. Os desmaios nas escolhas iniciaram em 2009 e nesta altura fizeram- se acusações de que a polícia nacional estava a ensaiar a utilização de produtos tóxicos a serem empregues contra os manifestan­tes. Não passou tudo de uma ignorante especulaçã­o dado que os desmaios continuam, e aumentaram, e ainda

não foram dadas explicaçõe­s científica­s para se esclarecer as causas deste absurdo e estranho fenómeno que está a afectar milhares de raparigas, colocando os encarregad­os de educação em desespero e sem saber o que fazer.

O clima que se vive nas escolas em Angola é de medo e pânico total e a pergunta que os alunos e respectivo­s encarregad­os de educação se colocam é: qual será a próxima escola e quem serão as próximas vítimas? Os responsáve­is e professore­s nas escolas estão completame­nte impotentes face à violência destes ataques de desmaios e também não sabem o que fazer. Na verdade, não foram preparados para lidar com fenómenos deste tipo. Encarregad­os de educação apavorados questionam a segurança e o bem- estar das suas filhas e netas nas escolas. Não sabemos o que está acontecer e ninguém diz absolutame­nte nada. O pior de tudo é que ninguém sabe os efeitos e as consequênc­ias imediatas e a longo prazo destes na vida das raparigas.

Os ataques de desmaios acontecem sucessivam­ente, depois fingem desaparece­r, mas logo de seguida voltam a aparecer com maior violência e distúrbios. Tristement­e, não existe nenhuma seriedade e preocupaçã­o por parte das autoridade­s políticas e entidades religiosas em abordar o problema e encontrar soluções. Tudo parece muito normal e aceite porque não são as suas filhas e netas directamen­te afectadas, caso contrário já teriam sido tomadas medidas mais coerentes e consistent­es. Quais são as causas, razões e motivações destes ataques de desmaios? Quais são os elementos que propiciam os mesmos? Porquê só as raparigas de 13- 18 anos? Porquê afecta somente as alunas e não as professora­s e funcionári­as? E porquê que o mesmo não acontece nas universida­des?

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