PEZARAT CORREIA ABORDA A DESCOLONIZAÇÃO EM LIVRO
O General Pedro de Pezarat Correia apresentou a 7 de Agosto de 2019 no Memorial Agostinho Neto, o seu mais recente trabalho de investigação histórica, intitulado “Da Descolonização – do protonacionalismo ao pós-colonialismo”, sob a égide da Mayamba Editora.
Ogenera l Pezarat Correia, segundo Pepetela, autor do prefácio do livro, apresenta um quadro geral muito completo do que foi o processo de descolonização, ao arrepio da vontade da elite governante portuguesa, com referência especial para o caso angolano, tratado com particular profundidade. Tendo sido um dos oficiais patriotas que participaram na acção libertadora do seu país, o 25 de Abril de 1974, com seis comissões nas colónias, o autor estava capacitado e motivado para abordar o assunto, não só com conhecimento de causa, mas com empatia em relação aos colonizados que se rebelaram. Nalguns casos, como muito bem refere, eram rebeliões de séculos, dominadas mas retomadas algum tempo depois, pois as populações recusavam com determinação o jugo colonial. Pode ler- se igualmente no prefácio da obra que o caso do território que hoje é Angola, o qual teve os primeiros
contactos no século XV com a potência europeia que viria a ser sua colonizadora. Eram tempos de ousadia e tenaz sacrifício, devemos convir, aqueles em que algumas frágeis caravelas esquadrinhavam o oceano à procura de uma passagem para o oriente, escolhendo pontos de apoio na costa ocidental africana. Desde essa altura os contactos foram sendo cada vez mais frequentes e a certa altura deixaram de ser pacíficos e entre semelhantes, para se desequilibrarem numa sucessão de enredos, combinações, negócios escuros, até se chegar aos primeiros conflitos. No entanto, Pezarat Correia não faz a história da colonização, dela apenas aponta alguns factores que justificam as recorrentes tentativas deliberação por parte dos colonizados, e de forma cada vez mais consciente até atingirem o estádio da afirmação de uma identidade própria, mais tarde gerando um projecto nacional. O que ele conta é o processo da descolonização e todas as suas fases, com particular destaque para o período de antes e depois do 25 de Abril. O prefaciador do livro deixa uma nota de vigilância aos leitores “o leitor angolano vai encontrar muita referência a acontecimentos, propostas, actuações de grupos ou de pessoas, que nunca terá conhecido ou de que esquecera muitos detalhes. As condições da época, a caracterização dos agentes intervenientes, as tentativas individuais ou partidárias, os sucessos e falhanços, os avanços do processo e os recuos, tudo estão neste livro, para que se tenha uma visão esclarecida do que foi o difícil parto de uma Angola independente e as tragédias que ainda continuaram a abater- se sobre o seu povo até à tão sonhada paz de 2002,” destaca Pepetela. A obra possui 768 páginas tem a chancela da Mayamba Editora e está a ser comercializada ao valor pecuniário de sete mil kwanzas.