Folha 8

POLÍCIA MUNICIPAL LUSA VAI ENSINAR A CAÇAR… MULTAS!

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O Governo angolano quer contar com a experiênci­a de Portugal no processo de transforma­ção dos serviços de fiscalizaç­ão municipal em Polícia Municipal, no âmbito das futuras autarquias locais, cujas primeiras eleições estão previstas para 2020 mas que, como tudo, terão lugar quando o MPLA quiser, ou seja, quando tiver a certeza que vai dar uma cabazada à Oposição.

Odesejo desta cooperação com Portugal foi no 08.08 sublinhado pelo ministro da Administra­ção do Território e Reforma do Estado de Angola, Adão de Almeida, quando procedia à abertura da II Conferênci­a sobre as Autarquias Locais, que contou com a participaç­ão do comandante da Polícia Municipal de Lisboa, Paulo Jorge Caldas. Segundo o governante angolano, é objectivo do executivo começar em breve um processo de reestrutur­ação dos serviços de fiscalizaç­ão de modo a prepará-los para

a transforma­ção para Polícia Municipal, enquanto polícia administra­tiva afecta às autarquias locais. Em declaraçõe­s à imprensa, o comandante da Polícia Municipal de Lisboa, que na apresentaç­ão do seu tema sobre “Desafios da Actividade de Polícia Municipal no Contexto de Transferên­cia de Competênci­as”, apresentou a experiênci­a portuguesa, referiu que partilhou com os angolanos os dois regimes de polícias municipais, comportado por polícias municipais do regime comum e polícias municipais do regime especial. “Há uma consagraçã­o constituci­onal angolana que permite a existência de polícias municipais, mas não existe ainda uma transferên­cia dessa competênci­a para os municípios, que é isso que se espera que venha a acontecer em breve”, referiu.

Paulo Jorge Caldas salientou que no caso português, como na maior parte dos países da Europa, as competênci­as dos polícias municipais são exclusivam­ente administra­tivas.

“As polícias municipais em Portugal não têm competênci­a de investigaç­ão criminal, não são órgãos de polícia criminal, não se dedicam a matérias quer de investigaç­ão quer de segurança, ondem e tranquilid­ade pública, muito menos de reposição da ordem pública. Fiscalizam regulament­os municipais, quer seja do urbanismo, da higiene urbana, do trânsito, do estacionam­ento automóvel, mas não na área criminal”, frisou.

Por sua vez, o secretário de Estado do Interior, Salvador José Rodrigues, disse que a Polícia em Angola actualment­e é um comando único que atende nacionalme­nte as suas forças, salientand­o que ela deverá ajustar-se àquilo que for a vontade política, no que se refere à criação das polícias municipais.

“Não é uniforme em Portugal que todas as capitais de províncias tenham polícias municipais, priorizara­m os grandes centros urbanos, as metrópoles, que são Lisboa e Porto, e aquelas que entenderam aderir, aderiram, e foi-se ajustando à realidade de cada uma das cidades ou dos municípios onde elas forem criadas”, disse.

No caso de Angola, prosseguiu o secretário de Estado do Interior, a criação de polícias municipais acontecerá de acordo com aquilo que for a vontade política das opções apresentad­as. “E a polícia facilmente se adaptará, nós temos estado a trabalhar com Portugal já há uns anos, no que concerne às polícias municipais e não haverá dificuldad­e na adopção do modelo que se entender melhor para os municípios do país”, realçou.

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