Folha 8

VIRAR O DISCO E TOCAR A MESMA MIXÓRDIA

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Recorde-se que no dia 26 de Dezembro de 2017, já o então ministro do Interior de Angola, Ângelo Veiga Tavares, pedira aos cidadãos que denunciem “indícios de factos criminais” decorrente­s da gestão da coisa pública, para “permitir um maior combate à corrupção, ao peculato e ao branqueame­nto de capitais”.

Ângelo Veiga Tavares, que discursava na cerimónia de cumpriment­os de fim-de-ano, referiu que pretendia a colaboraçã­o dos cidadãos em “crimes que incidem de forma directa nas condições de vida da população e reduzem a capacidade do Estado, para dar resposta às suas principais necessidad­es”. O então titular da pasta do Interior assegurou que as acções da Polícia Nacional, em 2018, estariam voltadas, sobretudo, para o combate aos crimes de natureza económica, no “cumpriment­o das orientaçõe­s do Presidente da República, João Lourenço”. “Nomeadamen­te, o combate à criminalid­ade e à imigração ilegal, bem como melhorar o controlo das nossas fronteiras e no quadro do combate à criminalid­ade violenta e aos crimes de natureza económica”, observou.

No próximo ano ( 2018), salientou, a Polícia Nacional deverá estar mais próxima do cidadão e melhorar a sua prestação no exercício das actividade­s, bem como ter sempre presente que são servidores públicos.

Na sua alocução, Ângelo Veiga Tavares anunciou ainda que “finalmente, Angola vai contar com um novo passaporte em 2018”, ano em que também será revista a Lei sobre o Regime Jurídico de Estrangeir­os, “com vista à remoção dos preceitos que colidam com a perspectiv­a de criação de um melhor ambiente de negócios e o desenvolvi­mento do turismo”. “Deveremos aprovar uma adequada política migratória e criminal e melhorarem­os os mecanismos de tratamento dos actos migratório­s”, garantiu. Referiu ainda que a nível dos serviços penitenciá­rios, 2018 seria o ano virado para a melhoria do sistema de reeducação dos reclusos, das suas condições técnico- profission­ais e académicas, bem como da sua dieta alimentar. Segundo ele, com a introdução do Sistema Integrado de Segurança Pública, uma resposta mais eficaz será dada aos cidadãos, para que na prevenção, esclarecim­ento de crimes, bem como nas calamidade­s, sinistrali­dade rodoviária e outras necessidad­es mais prementes da população, possa haver “melhor capacidade de resposta”.

“Deveremos, em 2018, prestar maior atenção à esfera social, devendo melhorar significat­ivamente a nossa resposta neste domínio. Papel de destaque deverá desempenha­r a Caixa de Protecção Social e os Cofres de Providênci­a”, referiu. Quando visitou Moçambique no dia 12 de Fevereiro de 2016, o já ministro do Interior de Angola, Ângelo Veiga Tavares, descobrir a pólvora, se bem que a patente pertença a José Eduardo dos Santos. Ao melhor estilo do embaixador itinerante Luvualu de Carvalho, disse, em Maputo, que o caso dos 15+ 2 activistas reflectia uma tentativa externa de colocar “governos dóceis” no poder. Ângelo Veiga Tavares falava aos jornalista­s à saída da audiência concedida pelo Presidente moçambican­o, Filipe Nyusi, no âmbito da visita que realizou ao país, para – segundo a agenda oficial – reforço da cooperação no domínio da segurança e ordem pública.

“Há tentativas de ter no poder governos dóceis e, nalguns casos, são utilizadas algumas pessoas, sobretudo jovens, na tentativa de verem implementa­do em Angola aquilo que se vê nos outros países”, apontou Ângelo Veiga Tavares, mostrando mais uma vez a sua capacidade de repetição em série dos recados encomendad­os pelo “querido líder” de um governo nada dócil… para com os fracos.

Ângelo Veiga Tavares aludia – recorde- se – ao processo que envolveu 15 angolanos em prisão domiciliár­ia em Luanda, além de duas jovens em liberdade, acusados de actos preparatór­ios para uma rebelião e um atentado contra o então Presidente angolano.

“Nós temos estado atentos e quando a lei é violada as pessoas que o fazem devem sentir o peso da lei e das autoridade­s. Este processo destes jovens é um processo normal, teve o seu curso normal de ponto de vista da sua instrução, e agora está na fase judicial”, disse ainda aos jornalista­s o ministro que foi de José Eduardo dos Santos e de João Lourenço. O caso dos 15+ 2 activistas reflectia uma tentativa externa de colocar “governos dóceis” no poder. Ângelo Veiga Tavares falava aos jornalista­s à saída da audiência concedida pelo Presidente moçambican­o, Filipe Nyusi, no âmbito da visita que realizou ao país, para – segundo a agenda oficial – reforço da cooperação no domínio da segurança e ordem pública.

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