Folha 8

PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO, A VERDADE NÃO PRESCREVE

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O MPLA, e muito bem, prestou homenagem às milhares de vítimas dos massacres coloniais na Baixa de Cassange. A CASA- CE defende, e muito bem, que o 4 de Janeiro deve ser elevado à categoria de feriado Nacional. Pelos vistos, nestes partidos ( e também nos outros) o calendário oficial tem o mês de Maio mas não tem o dia 27…

A independên­cia foi há 44 anos. Os presidente­s de Angola, Agostinho Neto, José Eduardo dos Santos e João Lourenço nunca foram nominalmen­te eleitos. Angola é hoje um dos países mais corruptos do mundo. Angola é hoje um dos países do mundo com um dos maiores índices de mortalidad­e infantil, para além de ter 20 milhões de pobres.

Apesar disto tudo, o MPLA defende, com toda a propriedad­e e legitimida­de que se lhe reconhece, que “não pode ser tolerado o ressurgime­nto dos golpes de estado em África”. Tem toda a razão. Aliás, a democratic­idade e legitimida­de do regime são prova disso. Como bem estabelece­m os donos do mundo, há ditadores bons e maus. Daí que só os maus devam ser derrubados. Não é, obviamente e por enquanto, o caso de Angola. Em 9 de Maio de 2008 já o chefe de Estado angolano, presidente do MPLA e Titular do Poder Executivo, lançava um desafio para combater a corrupção e o tráfico de influência­s, que “atentam contra os interesses nacionais”. Há mais de um ano João Lourenço reeditou a mesma tese. Finalmente os resultados começam a aparecer. Angola continua nos primeiros lugares do ranking mundial dos países mais corruptos.

Afinal, estando o MPLA no poder há 44 anos, o que andou a fazer? Andou, com elevado sucesso, a blindar e a incentivar a… corrupção. Com este nobre enquadrame­nto, não se percebe por que é que os angolanos gostam de atazanar a vida do mais democrátic­o país do mundo. É claro que, perante tão injusto e irreal motivo, tal como Dos Santos, também João Lourenço e os seus “rescovas” de estimação ficam chateados e mandam prender uns tantos, dar porrada em mais alguns e fazer desaparece­r muitos outros (“Operação Resgate”). Estávamos à espera de quê? As forças do mal teimam em dizer que no reino há 20 milhões de pobres. Mas alguém acredita nisso?

Quando Agostinho Neto, José Eduardo dos Santos e João Lourenço nasceram já havia muita pobreza na periferia das cidades, nos musseques, e no campo, nas áreas rurais. É verdade. E 44 anos de independên­cia não chagam para resolver esta questão… No tempo de Eduardo dos Santos o MPLA dizia que, no quadro do Programa de Luta contra a Pobreza, a pobreza deixaria de existir dentro de alguns anos. Mais uma vez, como agora demonstra João Lourenço, o MPLA tem razão. Aliás, se se excluir dos cálculos da pobreza todos os que são… pobres, pode já anunciarse o fim da pobreza.

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