MPLA TENTA, NO TABULEIRO RUSSO, XEQUE-MATE A ISABEL
Oministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Domingos Augusto, mostrou-se no dia 26.08 ( conforme ordens superiores de João Lourenço) receptivo a investimentos russos, após dialogar com o seu homólogo da Rússia. O governo do MPLA ainda não digeriu a participação de Isabel dos Santos, no passado dia 8 de Junho, no Fórum Económico Internacional de São Petersburgo ( Rússia), onde esteve com Vladimir Putin e Xi Jinping.
Aliás, o MPLA está receptivo a todos os investimentos, venham eles de onde vierem, seja da Coreia do Norte, da Guiné Equatorial, de Mianmar ( antiga Birmânia), Bangladesh, China, Laos, Tailândia ou… Marte.
“Gostaríamos de pedir assistência da Rússia na criação de
uma nova Angola, mais aberta a investimentos. Gostaríamos de confirmar e repetir o pedido do nosso líder endereçado ao Presidente russo, Vladimir Putin, para ajudar o sector privado russo a participar na economia angolana através de investimentos directos”, afirmou o governante, citado pela agência russa de notícias TASS. Segundo a mesma fonte, Manuel Domingos Augusto considera que Angola disponibiliza oportunidades para investidores privados e, o que é relevante, seja qual for a origem do dinheiro. “Gostaríamos que não fossem apenas empresas estatais russas a realizar investimentos directos”, acrescentou o chefe da diplomacia de Angola, não fossem os possíveis interessados temer qualquer constrangimento quanto à lavagem de dinheiro. Aliás, o MPLA pode garantir a todos que em Angola tem as mais evoluídas máquinas mundiais a nível dos diferentes tipos de lavagem e de branqueamento de todos os géneros de… produtos. Este mês o MPLA pôs o próprio Estado angolano na lista oficial das privatizações, exemplificando com 195 empresas, incluindo a companhia aérea TAAG ou a petrolífera Sonangol. As privatizações serão feitas – segundo diz o Governo – através de concurso público, bolsa de valores, leilão em bolsa e concurso limitado por prévia qualificação.
A calendarização prevê um processo faseado, que se estende até 2022, o que se justifica pelas diferentes modalidades de abertura ao sector privado, segundo a tese do Executivo.
Em conferência de imprensa, conjuntamente com Manuel Domingos Augusto, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, referiu que a Rússia pretende, durante a sua presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Setembro, focar a atenção do órgão no continente africano.
“A Rússia irá presidir ao Conselho de Segurança das Nações Unidas no próximo mês, em Setembro, e um dos assuntos chave na nossa agenda diz respeito à assistência às pessoas de África para resolver os seus problemas no que toca a crises, conflitos e outras situações”, disse Lavrov. Por outras palavras, tal como fazia no tempo de José Eduardo dos Santos, Vladimir Putin considera que quem está no Poder é sempre bestial. A presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas é rotativa e o mandato prolonga- se por um mês, sendo que a Rússia assume a liderança, sucedendo à Polónia. “Sublinhamos que perante assuntos tão incisivos como a necessidade de uma reforma do Conselho de Segurança, a Rússia mantém uma posição firme de alcançar um acordo lato com o foco prioritário de ultrapassar o principal objectivo da actual composição do Conselho de Segurança, que é uma sub- representação de países em desenvolvimento”, refere a agência russa. Para o chefe da diplomacia russa, “a cooperação de Estados africanos com os BRICS [ Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] representou um papel importante na agenda das relações internacionais actuais”.
“Acordámos que continuaríamos com a prática, que começámos em 2018, através de convites das organizações sub- regionais para a cimeira dos BRICS”, disse Lavrov Em 24 de Outubro, a cidade russa de Sochi irá receber a primeira edição da cimeira Rússia- África, para a qual foram convidados mais de 50 países africanos. Os chefes de Estado da Rússia, Vladimir Putin, e do Egipto, Abdel Fattah al- Sisi, irão co- presidir à cimeira, sendo que este último preside já à União Africana durante 2019.