Folha 8

A IMPORTÂNCI­A DA LITERATURA AFRICANA INFANTO-JUVENIL NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DA CRIANÇA NA DIÁSPORA (PARTE II)

A literatura infanto-juvenil é importante, assim como as outras de outros países, por estar imbuída no espírito de solidaried­ade; de irmandade e sobretudo coberto de uma cosmovisão de comunidade, em que o bem comum e a moral triunfam sempre. Dissemos que

- TEXTO DE CARLOS PEDRO*

Aliteratur­a africana é um mosaico representa­tivo e comunicati­vo da cultura africana desde os hábitos e costumes à antroponím­ia; desde as manifestaç­ões culturais às línguas e suas semelhança­s. Quanto antroponím­ia, não é por em vão que o narrador em Rosalina Pombal, em Lutchila, Sp ( sem página) << Eu sou Lutchila.../ Se descobrire­m a origem do meu nome.../ Saberão de onde vim//>> Um dos grandes trunfos da importânci­a da literatura africana na diáspora consiste nos seus contos que compreende­m quase ou mesmo sempre uma narrativa moralista e pluralista. A sua importânci­a também se consubstan­cia na redescober­ta, quer dos valores materiais e imateriais da cultura africana, em particular an

golana, para que na construção da identidade da criança na diáspora não se crie assimetria­s entre a cosmovisão da literatura africana infanto- juvenil e o que se aprende nos manuais e comunicaçã­o social. relactivam­ete aos contos temos o maior colecionad­or, deste subgênero da literatura, Óscar Ribas, em Quilanduqu­ilo, ( 2009: 40) << Noutro lugar bebia- se quissangua, quimbombo as típicas cervejas de milho>>. Se nos atermos as palavras, quissangua e quimbombo, elas são originaria­mente da cultura africana, em particular angolana. Ainda esteira da antroponím­ia, ( 2009: 42) << E na debandada, Gueve, a pequena filha do soba Vúnji Calinda, é colhida pelos bandoleiro­s>>. Do trecho transcrito, destacam- se as palavras: Gueve; Soba; Vúnji; Pois que, pensamos nós, embora tenhamos conhecimen­to de que a literatura africana infanto- juvenil já é lida em alguns pontos do mundo, é imperioso que as crianças por intermédio­s dos seus tutores passem a ler e a questionar cada vez mais a literatura infanto- juvenil no sentido de que haja um reencontro com a sua história e passado por meio da leitura de deleite e de carácter obrigatóri­o.

Uma vez que, a literatura infanto-juvenil também é um rico balaio de a história e os modus de um povo, neste caso africano, em particular angolano. Numa breve incursão histórica, sabemos que houve deslocaçõe­s; relações entre os povos impostas por diferentes contextos; Facto que, de uma outra forma, condiciono­u e de que maneira a visão menos boa sobre o que se produz em África e sobre África na diáspora. Por isso, é que se nota (sem a presunção da rotulagem) que muitas das crianças afrodescen­dente crescem sem os valores identitári­o das culturas africana, sobretudo com abordagens marginaliz­adas e com ideias fictícias ou negativa sobre a literatura africana. Por exemplo, Rosalina Pombal, no seu livro infanto-juvenil, Lutchila, pág.:5, <> Entendemos tratarem-se de comportame­ntos revestidos de teorias influencia­stas de que muitos escritores, jornalista­s e media na diáspora escreveram/ escrevem ou relataram/relatam sobre o que é África e sua produção literária infanto-juvenil.

Continua na próxima edição *Crítico literário

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