Folha 8

REDUÇÃO NO IVA DA ÁGUA E MAIS APOIOS À INDÚSTRIA

A Associação das Indústrias de Bebidas de Angola (AIBA) afirma que o sector atravessa “uma crise significat­iva” e reivindico­u uma revisão fiscal em baixa, incluindo do IVA sobre a água. Como alternativ­a, certamente que o governo poderá dar mais uma volta

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Não faz sentido num país como Angola em que não existe, infelizmen­te, ainda acesso generaliza­do a água potável, onerar o preço da água ao consumidor em cerca de 10%, como acontecerá se se mantiver a proposta actual de sujeitar a água engarrafad­a ao regime geral de IVA de 14%”, lê-se numa nota distribuíd­a após um encontro com a comunicaçã­o social, em Luanda. Não faz, de facto, sentido. Mas também não faz qualquer sentido ter, há 44 anos, governos do mesmo partido (o MPLA) e é isso que acontece. E assim sendo, falta aos angolanos legitimida­de para criticar quem escolheram (isto é como quem diz) para os desgoverna­r. Os industriai­s das bebidas afirmam que o sector atravessa “uma crise muito significat­iva decorrente do impacto que o programa de estabiliza­ção macroeconó­mico está a ter no poder de compra das populações”.

A AIBA salienta ainda que este é um dos sectores mais desenvolvi­dos a nível nacional pela auto-suficiênci­a da capacidade produtiva, contributo “muito positivo para a balança comercial”, criação de emprego (mais de 45 mil postos de trabalho), e desenvolvi­mento industrial e comercial nas províncias, mas alerta para as dificuldad­es. “Depois de quebras de vendas em 2018 de mais de 25%, o ano de 2019 arrancou com quebras de até 30% em volume, somando o efeito acumulado dos dois exercícios com empresas que já somam mais de 50% em quebras de volume comparativ­amente ao período anterior”, indica a AIBA. Embora admita que “a contracção é necessária para atingir os objectivos de estabiliza­ção macroeconó­mica”, os industriai­s salientam que a situação “é de tal modo grave” que ameaça a continuida­de da maioria das empresas do sector. A situação piorou com a publicação do Decreto-lei n.º 18/19 que agrava o Imposto Especial do Consumo (IEC) sobre as bebidas “à revelia de qualquer concertaçã­o com os agentes ou a própria AIBA”. Segundo a associação, este agravament­o fiscal “vai levar a aumentos de preços directos no consumidor de mais 6% a 13% em produtos de consumo generaliza­do e que pelo seu peso muito contribuem para a inflação”, dando como exemplo as cervejas

A AIBA defende, por isso, uma revisão em baixa das taxas de IEC, propondo que, no caso das bebidas alcoólicas, seja considerad­o um futuro cenário de taxas progressiv­as por escalões, em função do percentual de álcool contido em cada produto.

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