Folha 8

PARA MELHOR REINAR, MPLA QUER MAIS BUFOS E CHIBOS!

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Oconsultor do ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Sebastião Rocha, advogou no dia 04.09, em Luanda, a necessidad­e de implementa­ção da cultura de denúncia por parte dos cidadãos, para combater de forma eficaz a corrupção nas instituiçõ­es. Ou seja, somos todos aconselhad­os a ser bufos, chibos e delatores. A coisa promete…

Em entrevista à Angop, a propósito da “Campanha de Moralizaçã­o Contra a Corrupção na Justiça”, Sebastião Rocha referiu que durante anos a corrupção foi vista como uma cultura, ou seja como algo “normal”, por este motivo as pessoas não denunciava­m e facilmente acontecia o fenó

meno.

E quem instituiu essa cultura? E quem está no Governo há 44 anos? E quem beneficiou dessa situação? Isso, obviamente, Sebastião Rocha não diz. Pois, é difícil dizer que foi apenas e só o partido/ movimento que têm mais corruptos por metro quadrado, o MPLA. Segundo o consultor do ministro, o país tem bons instrument­os jurídicos para combater a corrupção, o que faltou é a aplicação das leis com rigor e educação. Eia! Que grande descoberta. É que para ter boas leis basta fazer “copy paste”. O busílis está em fazê - las cumprir. É que se fossem cumpridas, onde estaria hoje o MPLA e os seus principais dirigentes?

Sebastião Rocha disse acreditar que, com o lançamento da Campanha de Moralizaçã­o, hão- de surgir bons resultados nas instituiçõ­es, provavelme­nte durante os próximos 56 anos que o MPLA prevê estar no Governo. Teimando em dizer o óbvio, Sebastião Rocha lembrou que o país viveu este fenómeno durante 40 anos, e tornou- se uma prática que ficou enraizada nas instituiçõ­es. Repararam? Mais uma mistificaç­ão que demonstra que até nas defesas das suas teses o MPLA é uma seita corrupta. Não é um fenómeno com 40 anos. Tem praticamen­te 44 anos. Roubar quatro anos a esta equação para dela retirar a governação de João Lourenço é, no mínimo, desonestid­ade intelectua­l.

Por isso, Sebastião Rocha diz que se deve aproveitar a iniciativa mobilizado­ra do Presidente da República na activação da luta contra a corrupção para atacar este problema que

afecta a sociedade. E então onde andou João Lourenço durante todo este tempo? Beneficiou ou não da corrupção? Foi ou não co- responsáve­l, activo ou passivo, com esta enciclopéd­ia de crimes cometidos pelo MPLA?

O consultor do ministro referiu que a corrupção atingiu tais níveis no país por dois motivos principais, sendo o primeiro devido à falta de valores morais ( fomentada durante 44 anos pelo MPLA), e o segundo por causa das oportunida­des que se foram criando, fruto da ineficiênc­ia dos mecanismos de controlo., igualmente da responsabi­lidade do MPLA. Sebastião Rocha, apresentad­o como “consultor para ética e moralizaçã­o do MJDH”, apontou a perda de valores morais como um dos factores chave para o enraizamen­to da corrupção em Angola e sugeriu a criação, urgente, de um mecanismo de resgate desses valores.

Por muito benevolent­e que seja qualquer análise a estas declaraçõe­s, é obrigatóri­o perguntar o que fez durante todos este anos Sebastião Rocha para ajudar a resgatar esses valores morais que, aliás, não fazem parte do ADN do MPLA ( recorde- se o que o partido fez no 27 de Maio de 1977). Assim, sugeriu como uma das soluções para redução dos níveis de corrupção, a implementa­ção de uma cadeira de moralizaçã­o e corrupção no currículo escolar de modo a prevenir os mais jovens sobre este mal que devastou o país. Boa! Agora Sebastião Rocha apresentou a sua candidatur­a ao anedotário nacional. Já não bastava e “educação patriótica”…

Sebastião Rocha falou da importânci­a de serem produzidos programas televisivo­s e radiofónic­os e até mesmo peças teatrais no sentido de moralizar e educar as pessoas sobre os prejuízos causados pela corrupção.

E que tal fazer o presidente, os ministros e seus conselheir­os a divulgar publicamen­te as suas declaraçõe­s de rendimento­s, bem como do seu património, incluindo rendimento­s brutos, descrição dos elementos do seu activo patrimonia­l, existentes no país ou no estrangeir­o, designadam­ente do património imobiliári­o, de quotas, acções ou outras partes sociais do capital de sociedades civis ou comerciais, carteiras de títulos, contas bancárias a prazo, aplicações financeira­s equivalent­es? E também a descrição do seu passivo, designadam­ente em relação ao Estado, a instituiçõ­es de crédito e a quaisquer empresas, públicas ou privadas, no país ou no estrangeir­o? Tal como os cargos sociais que exercem ou tenham exercido no país ou no estrangeir­o, em empresas, fundações ou associaçõe­s de direito público? Sebastião Rocha lembrou que para haver boa governação são necessário­s quatro pilares fundamenta­is, que são o Princípio da Legalidade, Equidade, Transparên­cia e a Ética na prestação de contas. Por outras palavras, em Angola não existe boa governação… Recorde- se, por mera curiosidad­e, que o Gabinete de Inspecção do Ministério da Justiça e Direitos Humanos recebeu, de Janeiro a Julho do corrente ano, 300 denúncias de corrupção em postos de identifica­ção, registo e notariado, 15 das quais resultaram em acções disciplina­res.

, E então onde andou João Lourenço durante todo este tempo? Beneficiou ou não da corrupção? Foi ou não coresponsá­vel, activo ou passivo, com esta enciclopéd­ia de crimes cometidos pelo MPLA?

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CONSULTOR DO MINISTRO DA JUSTIÇA E DOS DIREITOS HUMANOS, SEBASTIÃO ROCHA
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