AO ATAQUE… NEM QUE SEJA EM FUGA
Depois de ter colocado Luísa Damião como vice-presidente do MPLA, João Lourenço pegou na ex- primeira vice- presidente da Assembleia Nacional, Joana Lina, e tornou- a a primeira mulher a assumir o governo da província do Huambo, em quase 44 anos de governação ininterrupta do MPLA. Joana Lina Ramos Baptista sucedeu a João Baptista Kussumua, que governava a histórica província do centro de Angola – palco de várias batalhas durante a guerra civil.
O ciclo de homens a governar esta província começou com o deputado à Assembleia Nacional Agostinho Ndjaka, da bancada do MPLA, entre 1976 e 1977, função que, na altura, se designava comissário e não governador. Seguiram-se Pedro Maria Tonha Pedale ( 1978- 1979), Santana André Pitra Petrof ( 19791982), João Ernesto dos Santos Liberdade ( 1982- 1984), Marques Monocapui Wassovava ( 1984) e Marcolino José Carlos Moco ( 1984- 1986).
A província do Huambo também foi governada por Osvaldo de Jesus Serra Van-dúnen ( 1986- 1991), Graciano Mande ( 1991- 1992), Baltazar Manuel ( 1995- 1997), António Paulo Kassoma ( 1997- 2008), Albino Malungo ( 2009- 2010), Fernando Faustino Muteka ( 20102014) e Kundi Paihama ( 20142016).
A nova governadora, natural de Kamabatela, na província do Cuanza Norte, exerceu, entre 1991 a 1997, a função de secretária de Estado e Promoção e Desenvolvimento da Mulher, sendo Ministra da Família e Promoção da Mulher em 1997/ 1998.
Está também envolvida no associativismo desportivo e social, tendo sido dirigente da Federação Angolana de Futebol, do comité olímpico e paralímpico, do comité da mulher rural e já presidiu à Mesa da Assembleia da Associação dos Economistas.
Por exonerar continuam os “governadores” da corrupção, da roubalheira, da cleptocracia, da bajulação etc. Mas estão na calha. Tudo indica que antes de completar 100 anos de governo (44 já estão) o MPLA vai conseguir substituir estes “governadores”. Entretanto, o velho Jeremias continua sentado num adobe à porta da sua cubata, numa sanzala do Huambo, e a sorrir. Já não consegue chorar… Enquanto isso, a má nutrição severa ( em português corrente significa “fome”) causou de Janeiro a Maio de 2019 a morte de 73 crianças, em 1.341 casos registados, na província do Huambo. Comparativamente a igual período do ano passado é um aumento de 30%. Coisa pouca, dirá o MPLA ou Joana Lina.
De acordo com declarações prestadas no dia 8 de Julho à ANGOP pela supervisora de Nutrição no Planalto Central, Cármen Adelaide Agostinho Mossovela, no período em referência faleceram 73 crianças ( embora sejam do Huambo presume- se que sejam… angolanas), por malnutrição severa ( fome), de um total de 1.341 doentes atendidos pelas autoridades sanitárias locais. A supervisora de nutrição mostrou- se preocupada com o aumento de casos provenientes, na sua maioria, das zonas rurais dos municípios do Huambo, Caála, Bailundo, Mungo, Cachiungo e Londuimbali.
Cármen Adelaide Agostinho Mossovela lembrou que durante todo ano de 2018, as autoridades sanitárias haviam registado 123 óbitos, de um universo de 1.632 casos diagnosticados.
A responsável apontou o desmame precoce do bebé, por negligência ou ignorância das mães, a carência dos alimentos, o consumo de produtos industrializados ao contrário dos naturais e a guarda do menor por uma outra pessoa, como sendo as principais causas da malnutrição
Deste modo, quase parecendo acreditar ( ou será que acredita mesmo?) que Angola é um Estado de Direito, Cármen Adelaide Agostinho Mossovela apelou às mães a cumprirem com as regras de aleitamento materno, que deve ser obrigatório e exclusivo nos primeiros seis meses e, posteriormente, introduzir outros alimentos, em prol do desenvolvimento saudável da criança, que, por sua vez, deve ser amamentada até aos dois anos de vida. Não seria mau ( mas isso o Governo não deixa que se diga) reconhecer que, num universo de 20 milões de pobres, as nossas crianças continuam a ser geradas com fome, a nascer com fome e a morrer pouco depois com… fome. Cármen Adelaide Agostinho Mossovela elucidou que o aleitamento materno, além de ser o melhor alimento para os bebés nos primeiros dias de vida, ajuda a prevenir o câncer da mama, referindo que, entre os sintomas da doença, destaca- se o emagrecimento excessivo, edemas nos membros inferiores, a falta de apetite e outros indicadores.
A província do Huambo conta com treze unidades especiais de tratamento de casos de malnutrição, instaladas nos 11 hospitais municipais, incluindo no central e no centro materno infantil do bairro da Chiva, arredores da cidade do Huambo.
Com 248 unidades sanitárias, sendo três hospitais de âmbito provincial, 11 municipais, 65 centros de saúde e 169 postos de atendimento médico, a província do Huambo, tem uma população estimada em 2.519.309 habitantes.
Joana Lina, procedeu no dia 03.09 à remodelação ( refrescamento, para usar a terminologia de João Lourenço na sua mais recente alteração ministerial) do Governo do planalto central, com a exonerações em catadupa e, é claro, novas nomeação, visando – diz – conferir maior dinamismo aos órgãos da administração local do Estado