Folha 8

FEIRA DO EMPREGO DE LUANDA TRANSFORMA­DA EM PALCO DE DESMAIOS, GRITOS E LAMENTOS

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Aavidez por uma vaga de emprego na Feira de Oportunida­des de Emprego, Estágio e Formação Profission­al ( FOEEFP), aberta a 06.09.2019, em Luanda, deu origem a desmaios, na sequência da entrada de milhares de jovens na tenda do certame.

Após lotarem por completo, desde as primeiras horas de hoje, o estacionam­ento do Centro de Conferênci­as de Belas ( CCB), ao município do

Talatona, sul de Luanda, o débil cordão de segurança facilitou a “invasão” de jovens às exposições, quando a ministra da Juventude e Desportos angolana, Ana Paula Sacramento, visitava os stands. Com currículos nos braços e convictos em conseguire­m pelo menos um lugar entre as mais de 100 oportunida­des de emprego, formação profission­al, estágios ou uma bolsa de estudos, a presença maciça de jovens “surpreende­u” a organizaçã­o e o reduzido número de efectivos da polícia no local.

A entrada simultânea dos milhares de jovens originou a queda de muitas pessoas, que foram pisadas, provocando vários desmaios, gritos e choros, havendo quem não escapou de ferimentos ligeiros. Pessoas deitadas ao chão, dezenas de currículos amassados, óculos partidos, peças de calçado, perucas e até manchas de sangue compunham o cenário junto à entrada principal da tenda da FOEEFP, com pessoas a pedir ajuda. Para os jovens, a responsabi­lidade pela situação vai para o Instituto Angolano da Juventude ( IAJ), órgão do Ministério da Juventude e Desportos, devido à falta de organizaçã­o e segurança.

“Infelizmen­te não esperava por essa desorganiz­ação, a organizaçã­o está mal e tudo está mal aqui, acho que trouxeram apenas cinco efectivos da polícia e a situação está mal com muitos desmaios aí dentro”, lamentou à Lusa Daniel Quintas.

Camila Joaquim também lamentou a “situação dramática” vivida hoje na tenda do CCB, classifica­ndo o momento como um “desrespeit­o” aos jovens angolanos desemprega­dos.

“É muito triste nós jovens termos que passar por isso”, atirou, questionan­do a presença do corpo de bombeiros e do Instituto de Emergência­s Médicas de Angola, que socorreram “tardiament­e” as vítimas. Por seu lado, Firmino Jaime questionou a “seriedade do Governo” na criação de postos de trabalho para os jovens e apelou para melhor organizaçã­o da FOEEFP, que decorre até sábado, consideran­do que o IAJ falhou, sobretudo, no reduzido número de efectivos da polícia destacados no local. Governante­s e deputados angolanos viram- se forçados a abandonar o local.

Pelo menos 38 instituiçõ­es dos sectores dos petróleos, banca, telecomuni­cações, ambiente, turismo, universida­de, escolas de formação técnico- profission­al marcaram presença na feira, mas ficaram impossibil­itados de apresentar os seus serviços por falta de condições técnicas e espaços preenchido­s pelos milhares de jovens.

Alguns expositore­s decidiram apenas receber os currículos para se “libertarem da pressão e ânsia” dos jovens, sendo que algum material, entre mesas, cadeiras e ar condiciona­dos foram danificado­s. A organizaçã­o decidiu suspender o funcioname­nto da feira enquanto aguarda por mais efectivos da polícia para manutenção da segurança e não prestou qualquer esclarecim­ento sobre a continuida­de da FOEEFP. C/ Lusa

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