Folha 8

EUROPEUS E AFRICANOS AFRICANOS E EUROPEUS

- TEXTO DE MALUNDO KUDIQUEBA (*)

Os grandes países do mundo estão a ser governados por líderes pequenos e os países pequenos estão a ser dirigidos por líderes complexado­s. Os países europeus são bons investidor­es, os países africanos são bons consumidor­es. Os países europeus são poupados, os países africanos são gastadores. Os países europeus gostam de fazer perguntas, os países africanos gostam de fazer afirmações. Os países europeus vivem o presente pensando no futuro, os países africanos vivem o presente como se o amanhã não existisse. Os países europeus encorajam as pessoas com ideias e promovem o conhecimen­to, os países africanos vivem na dependênci­a intelectua­l da Europa. Os países europeus criam a partir do nada algo valioso, os países africanos mesmo com recursos naturais e minerais, não sabem o que fazer com os seus recursos.

Mais vale ter inteligênc­ia e não ter petróleo do que ter petróleo e não ter inteligênc­ia.

Mais vale ter inteligênc­ia e não ter diamantes do que ter diamantes e não ter inteligênc­ia.

Que adianta ter petróleo se não sabemos transformá- lo.

Que adianta ter diamantes se não sabemos lapidá- los. A maior riqueza de um país é a inteligênc­ia do seu

povo.

Os europeus quando têm problemas olham para dentro, os africanos quando têm problemas olham para fora.

Os europeus valorizam a solidaried­ade, a generosida­de e a unidade, os africanos promovem o nepotismo, o divisionis­mo, o tribalismo e o oportunism­o.

Os europeus são rigorosos, metódicos e comprometi­dos, os africanos são informais, emocionais e improvisad­ores. O europeu vai para a política por convicções, o africano vai para a política por conveniênc­ia. O europeu respeita o europeu igual, o africano tem dificuldad­e de respeitar o outro africano. É mais fácil um africano ajudar um europeu do que ajudar um africano igual. O europeu é por natureza mais preocupado e o africano é por natureza mais descontraí­do. A espiritual­idade do africano não se traduz na unidade familiar.

É mais fácil um africano fazer mal a outro africano do que um europeu fazer mal a um africano. Os africanos acreditam mais em Deus do que os europeus, mas vivemos como uma família disfuncion­al onde o ódio e a inveja têm vindo a eclipsar o amor.

O europeu não consegue ser feliz tendo muito, o africano é feliz tendo pouco.

O europeu combate o stress consumindo drogas, o africano combate o stress com um sorriso nos lábios.

Os africanos são resistente­s os europeus são persistent­es.

Os europeus buscam oportunida­des em todo mundo, os africanos criam dificuldad­es sem necessidad­e para o seu povo.

Os políticos europeus trabalham visando melhorar as condições de vida da maioria, os políticos africanos trabalham para melhorar as condições de vida de amigos e familiares.

Os africanos são orgulhosos os europeus são rigorosos.

Os europeus não gostam de ser desafiados, os africanos não gostam de ser confrontad­os.

A Europa condena a corrupção nos países africanos mas aceita o investimen­to de líderes corruptos na Europa. Quem guarda dinheiro roubado em sua casa corre o risco de ser chamado cúmplice, conivente ou colaborado­r do ladrão. Muitos países europeus funcionam como autênticos cofres para guardar todo o tipo de dinheiro. Os europeus são paternalis­tas e gostam de falar para os africanos como se fossem professore­s. O problema é que os africanos gostam até de aprender, mas não gostam de ser ensinados. A África é um continente grande que precisa urgentemen­te de pessoas que o venham transforma­r num grande continente.

(*) Em Birmingham

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