Folha 8

OS CÚMPLICES PARECEM O MAIS DO MESMO

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Há muito tempo, demasiado tempo, o autóctone angolano, de todas as latitudes, raças e credos religiosos, tem sido, para desgraça colectiva, confrontad­o com a tese de estar a ser governado por corruptos e ladrões, que açambarcam e privatizar­am o Estado, uma mancha para os visados como, também, directa ou indirectam­ente, atingindo a honra dos honestos e dignos trabalhado­res.

Se esta lógica é tão velha, como actual, porquanto a minoria milionária e bilionária, engorda com o minguar dos cofres públicos, dolosament­e pilhados, por uma seita que se aproveita da falta de escrutínio da sua acção enquanto governante­s, por parte dos cidadãos, para desfilar imunidade e impunidade pelos corredores do poder, terão as autoridade­s legitimida­de para acabar com as suas muitas maçãs podres quando, na verdade, esta se limitam a seguir – à sua escala – o exemplo superior?

Por esta razão, quando alguns jovens, indignados, se manifestam face à roubalheir­a institucio­nal, a Máfia “made in MPLA” acciona o botão policial, para soltar os cães e bastões, visando conter a revolta de milhões que de barriga vazia, com filhos a morrer à fome ou de malária, têm toda a legitimida­de para puxar o gatilho, como muitos de nós fizeram contra o colonialis­mo português e muitos outros contra o colonialis­mo do MPLA.

Creia, Presidente João Lourenço, que é este quadro dantesco que leva, cada vez mais, os cidadãos a perderem o respeito pelos actuais dirigentes, cuja vida de lorde, contrasta com a pobreza e miséria de mais de 20 milhões de autóctones, sem uma aspirina, vacina, pão, luz, água, caderno, lápis e liberdade…

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