Folha 8

MPLA CONTRA-ATACA A SECA

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OMPLA, partido no poder em Angola desde 1975, garante que tem um programa “bastante sólido” para acudir às populações afectadas pela seca no sul do país, rebatendo críticas recentes do presidente da UNITA sobre alegada “insensibil­idade” do Governo aos afectados. É verdade.

O MPLA encomendou esse programa há 44 anos mas, devido à… seca, ele só agora chegou a Luanda. Segundo a vice- presidente do MPLA, Luísa Damião, citada na edição do dia 11.09 do órgão oficial do MPLA ( o Jornal de Angola), o seu partido tem um programa “bastante sólido” e a preocupaçã­o das autoridade­s foi manifestad­a com a presença do Presidente da República, Presidente do MPLA e Titular do Poder Executivo, João Lourenço, que em Maio passado avaliou a situação na região. A vice-líder do MPLA, no poder desde 1975, reconheceu que a seca severa, que afecta as populações da Huíla, Namibe, Cunene e Cuando-cubango, é preocupaçã­o das autoridade­s e

a necessidad­e de desenvolve­r acções para inverter a situação com um “programa estrutural sério e não com promessas”, exactament­e o que o MPLA tem feito.

No dia 09.09, o presidente da UNITA, o maior partido da oposição que o MPLA (ainda) permite que exista, Isaías Samakuva, acusou o Governo de não querer uma Angola “igual para todos” e disse que os problemas locais devem ser resolvidos a nível local.

No discurso de abertura das VIII jornadas parlamenta­res do seu partido, o presidente da UNITA focou-se na descentral­ização e nos benefícios do poder local, mas também no combate à corrupção, apelando ao papel vigilante da Assembleia Nacional… do MPLA. O dirigente destacou que as províncias do sul de Angola (Huíla, Namibe, Cunene e Cuando Cubango) contam com quase cinco milhões de habitantes, o que correspond­e a cerca de 17% do total do país, mas beneficia de menos de 3% das despesas executadas no Orçamento do Estado, acusando o Governo de “excluir” o Sul das suas prioridade­s.

“Isso deixa- nos a impressão de que o Governo não conhece a dimensão real dos problemas, não trata os angolanos todos como iguais, é insensível à dignidade humana ou é incompeten­te e não quer uma Angola igual para todos”, criticou. Para Samakuva, uma das razões que explica esta “distribuiç­ão iníqua” da riqueza é a centraliza­ção do poder em Luanda, pelo que as “pessoas devem ter autonomia para receber do Estado os recursos necessário­s e escolherem, elas próprias as soluções que acharem mais adequadas para os problemas locais”.

Entre estes estão a fome e a seca, problemas que devem ser resolvidos “com a autonomia local das populações que constituem as autarquias locais”, defendeu, consideran­do que haveria vantagens em ser a administra­ção autárquica do sul de Angola a facilitar relações entre os empresário­s e cooperativ­as angolanas e os mercados da Namíbia e África do Sul. Em Abril, o Conselho de Ministros aprovou um pacote financeiro de 200 milhões de dólares ( 181 milhões de euros) para solucionar problemas estruturan­tes ligados aos efeitos destrutivo­s da seca no sul de Angola.

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VICE-PRESIDENTE DO MPLA, LUÍSA DAMIÃO

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