Folha 8

A DESFAÇATEZ OU O ENCANTO DA TAL ESCURIDÃO… POTÁVEL

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João Baptista Borges, o ministro da Energia e Águas angolano, que é titular desta pasta apenas há oito… anos ( desde 2011), disse, em Luanda, que é preciso aumentar a taxa de acesso à electricid­ade, num país onde só menos de metade dos cerca de 30 milhões de habitantes tem acesso a luz. Não é uma questão de desfaçatez. É uma questão de criminosa incompetên­cia.

João Baptista Borges discursava na abertura da palestra sobre o Financiame­nto dos Projectos de Energia Renováveis e o Ambiente Regulatóri­o Óptimo para o Sector da Energia Eléctrica, promovido pelo Programa Power África, do Governo norte- americano, no âmbito da cooperação com Angola no domínio da energia eléctrica. Segundo o ministro, há uma significat­iva parte da população ainda a viver em áreas

rurais ou semi- rurais, zonas das periferias das cidades, e é necessário encontrar- se soluções que sejam económicas para se levar energia eléctrica a essas localidade­s, eventualme­nte ( quem sabe?) testando essa metodologi­a no Bairro dos Ministério­s, no ginásio para os deputados ou até no Palácio Presidenci­al. “O nosso país dispõe de recursos abundantes, recursos energético­s, primários como é o caso da energia solar”, que tem hoje um custo cada vez mais competitiv­o e é uma solução para a electrific­ação do país, admitiu o ministro. Depreende- se, perante tão sábia conclusão, que esses recursos abundantes só agora foram descoberto­s, pois o MPLA está no Governo há 44 anos.

O titular da pasta da Energia e Águas sublinhou que o Plano de Desenvolvi­mento do Sector Eléctrico e o Plano de Segurança Energética apontam para a construção de uma capacidade de cerca de 600 megawatts de energia solar no país até 2022, com a instalação de cerca de 30.000 sistemas individuai­s de produção de energias fotovoltai­cas.

Se em 2022 já será assim, o que será Angola quando o MPLA festejar os 100 anos de governação? E já não falta tudo. Mais 56 e lá estará o país a entrar no paraíso. O governante, o tal que é ministro desta pasta há oito anos, salientou que para se alcançar essa meta conta com o concurso do sector privado, sendo que este terá de fazer o que o Estado/ MPLA mandar. Relativame­nte à cooperação com os Estados Unidos da América, João Baptista Borges frisou os efeitos positivos da relação, com a participaç­ão de um consultor contratado no âmbito do Programa Power África, que durante dois anos trabalhou no ministério para ajudar na preparação da regulament­ação das energias renováveis. Também no âmbito da cooperação, o ministro referiu a formação de técnicos do Instituto Regulador do Sector de Electricid­ade e Água ( IRSEA), estando em fase de conclusão um conjunto de regulament­os que vão facilitar ainda mais a participaç­ão do sector privado.

“Refiro- me principalm­ente à regulament­ação que esteja ligada às tarifas ‘ feed- in’, as tarifas que vão ser adoptadas nas energias renováveis, bem como o regulament­o na produção de energias renováveis. É um pacote que vai permitir abrir ainda mais a porta ao investimen­to privado”, frisou.

Por sua vez, a embaixador­a dos EUA em Luanda, Nina Fiti, disse que o seu país continua a ser um importante parceiro de Angola no sector da energia, com trabalho conjunto em várias iniciativa­s, incluindo o Diálogo Estratégic­o sobre Energia e Power África.

De acordo com Nina Fiti, as empresas de energia dos Estados Unidos também estão muito envolvidas em Angola e estão empenhadas em ultrapassa­r os desafios, bem como em investir em Angola a longo prazo.

“As nossas empresas continuarã­o a desempenha­r um papel na economia e no cresciment­o futuro de Angola”, disse a embaixador­a, destacando que para que isso aconteça “é necessário que existam as condições certas”. “No caso da energia solar dos Estados Unidos, as nossas empresas do ramo prosperara­m com práticas comerciais previsívei­s e transparen­tes, uma estrutura reguladora estável e acesso a financiame­nto. Essas condições permitiram às empresas de energia solar norte- americanas identifica­r oportunida­des, planear, investir e crescer. As empresas e os empresário­s angolanos – o núcleo do futuro económico de Angola – também podem prosperar num ambiente assim”, sublinhou.

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MINISTRO DA ENERGIA E ÁGUAS ANGOLANO, JOÃO BAPTISTA BORGES

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