Folha 8

PROJECTO MUANGAI, AINDA EXISTE?

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A direcção da segunda força política angolana referiu que os cinco pilares fundamenta­is da sua criação, “o ‘ Projecto de Muangai’ é actual e adaptável ao contexto de uma Angola pós- independen­te, carente de soluções adequadas aos problemas mais básicos que assolam a sociedade angolana”. Segundo a mesma fonte, o país e os seus cidadãos “vivem ainda momentos difíceis, de frustração, angústia e desespero”, devido à “má governação que se instalou no país há 43 anos”, sem que, acusa, “se vislumbre no horizonte garantias de se reverter o quadro calamitoso”. Samakuva, Presidente do partido que, definitiva­mente, deveria deixar de se chamar UNITA porque nada tem a ver com a verdadeira UNITA fundada por Jonas Malheiro Savimbi, não descola de imagem de quem não é capaz de dar o “golpe de asa” ( ao Galo Negro) para ajudar a mudar Angola. Recorde- se que, no dia 30 de Março, por exemplo, deverá ter recebido uma a ordem superior, baixada pelo seu homólogo do MPLA e, como obediente angolano, mostrouse, no Luena, satisfeito com o empenho do Executivo de João Lourenço no combate à corrupção, nepotismo, impunidade e à bajulação, pelo facto desses males terem prejudicad­o bastante a sociedade.

Na sua análise, Samakuva não percebeu (ou percebeu mas não está interessad­o em que se saiba que percebeu) que o Presidente do MPLA está – com rara e assinaláve­l mestria – a fazer com que, de “motu próprio”, a UNITA se transforme numa espécie de FNLA.

“Não queremos esconder a nossa satisfação pelo facto de que esses males agora parecem terem sido identifica­dos por todos”, disse o presidente da UNITA, bajulando a estratégia ( que não existe) daquele que, para além de Presidente da República, é também Titular do Poder Executivo e do MPLA, para além de mentor, ideólogo e guru dessa organizaçã­ozinha que usurpou o nome da organizaçã­o, essa sim grande, enorme, fundada por Jonas Savimbi.

Aliás, Samakuva e os seus acólitos da lagosta não se devem preocupar muito com as autárquica­s, ou com quaisquer outras eleições. Dependendo de quem vier a ser eleito, basta negociar com o MPLA a percentage­m que ele pensa atribuir à UNITA. Dependendo da disposição do Presidente do MPLA, até pode ser que consiga aguentar- se mais uns anos a esfregar banha no umbigo, a arrotar a marisco e a enganar o Povo repescando ( devidament­e autorizado pelo MPLA) teses de Savimbi.

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