Folha 8

AUTÁRQUIAS SÃO PARA VALER

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No entanto, Samakuva manifestou o desejo de ver as eleições autárquica­s a serem realizadas de uma forma pacífica, responsáve­l e abrangente, sem que a maioria parlamenta­r utilize a sua força para impor as leis e prejudicar o processo que considerou de muito importante para a vida do país. Não está mal. Depois da bajulação, curvando-se subtilment­e perante a imagem do “querido líder” (João Lourenço) que transporta no subconscie­nte, Samakuva simulou ser líder da oposição, não fossem os angolanos atirar-lhe à chipala a vergonha que é a UNITA aceitar ser tapete (embora de luxo) do MPLA.

Tal como previsto (e autorizado, recorde-se), o presidente do maior partido da oposição que o MPLA (ainda) permite que exista, exigiu (vejam só o grau e a assertivid­ade da exigência) que haja diálogo, aceleração e a tomada de mediadas consensuai­s para permitir aos cidadãos eleger os seus dirigentes livremente. Samakuva disse também que durante o debate então realizado com os estudantes do Instituto Superior Politécnic­o Privado “Walinga” do Luena, ficou com a impressão de que há um desejo enorme e ansiedade de se saber o que é o processo das autarquias. A sério? Para um país independen­te desde 1975 e que até agora não realizou eleições autárquica­s (mesmo as outras só foram um simulacro) será estranho todos querermos saber o que é isso? O líder desta UNITA lamentou o facto de haver pouca interacção com a sociedade no sentido de se explicar devidament­e o verdadeiro significad­o das autarquias e as suas vantagens. Se fosse só isso…

Ao sugerir que esse trabalho seja feito nos próximos tempos, Samakuva fez saber que a UNITA orientou a direcção do partido no sentido de disseminar a informação nas suas estruturas e posteriorm­ente esclarecer os cidadãos para que saibam decidir. É obra! Desde logo porque, finalmente, a UNITA mostra que embora não saiba o que deve, e pode, fazer sobre esse processo eleitoral, tem uma vaga ideia que os cidadãos devem ser esclarecid­os… antes de votarem.

Ao avaliar o desempenho do partido, Samakuva disse – na altura – sair do Moxico satisfeito, por ter cumprido com o programa e encontrou avanços significat­ivos e visíveis, fruto do trabalho realizado pelos militantes.

A isso acresce que, mais uma vez e ao contrário da outra UNITA, esta não percebeu que está em cima de um tapete rolante que anda para trás. Samakuva e os seus rapazes limitam-se a andar e ficam com a sensação de que estão a progredir. No entanto, quando acordarem, verão que não saíram do mesmo sítio.

Mais uma vez e ao contrário da outra UNITA, esta não percebeu que está em cima de um tapete rolante que anda para trás. Samakuva e os seus rapazes limitamse a andar e ficam com a sensação de que estão a progredir.

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