MAIS DO MESMO E OS MILHÕES A JORRAR
Recorde-se (é um mero exemplo) que Angola fechou no dia 19 de Julho de 2018 dois financiamentos, no total de 280 milhões de dólares ( 239,5 milhões de euros), atribuídos pelo grupo Banco Mundial, adicionais ao segundo Projecto de Desenvolvimento Institucional para os sectores da água e da agricultura comercial.
Pouco antes, em Fevereiro, o BM já tinha financiado outros 70 milhões de dólares ( 56,4 milhões de euros), para reforço da construção de infra- estruturas básicas sociais, designadamente hospitais e postos médicos, bem como residência para enfermeiros e professores.
O acordo de financiamento foi rubricado em Luanda, entre o então ministro das Finanças de Angola, Archer Mangueira, e o representante do Banco Mundial em Angola, Olivier Lambert. Na sua intervenção, Olivier Lambert referiu que o financiamento adicional de 150 milhões de dólares ( 128,3 milhões de euros) vai contribuir para aumentar a cobertura do serviço de abastecimento de água e nove cidades, Lubango ( província da Huíla), Ndalatando (Cuanza Norte), Dundo (Lunda Norte), Luena (Moxico), Cuito (Bié), Huambo (Huambo), Malange (Malange) e Uíge ( Uíge). Trata-se de um financiamento através do International Bank for Reconstruction and Development (IBRD), do grupo Banco Mundial, e visa ainda alargar as actividades de apoio e reforço institucional ao subsector do saneamento, através da implementação de um projecto- piloto, sendo beneficiários 1,2 milhões de pessoas nas nove cidades citadas, com serviços públicos de ligação de água domiciliária.
No que se refere ao Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial, Olivier Lambert disse que os 130 milhões de dólares ( 111,2 milhões de euros) vão contribuir para o aumento da produtividade e o acesso ao mercado dos beneficiários elegíveis ao longo dos corredores rodoviários Luanda-bengo-cuanza Norte-malange e Luanda-cuanza Sul-huambo e norte da Huíla, principais elos de ligação da área agrícola do planalto central aos mais importantes mercados urbanos de Luanda. “Para além da assistência técnica e do apoio financeiro aos agricultores elegíveis e às pequenas e médias empresas do sector das agro- indústrias nas áreas do projecto, este apoiará as infra- estruturas rurais e um ambiente favorável à agricultura comercial”, referiu o representante do Banco Mundial em Angola, salientando que este projecto deverá dar um forte contributo para a agenda de diversificação económica que, há décadas, o Governo promete implementar. Segundo Olivier Lambert, este projecto conta ainda com o co- financiamento da Agência Francesa de Desenvolvimento, um empréstimo de 79 milhões de euros.
Por sua vez, o então ministro das Finanças, Archer Mangueira, disse que o financiamento ia ajudar o país, que enfrenta o grande desafio da diversificação da economia, ma medida em que são projectos que estão enquadrados no Plano Nacional de Desenvolvimento 2018- 2022.
Archer Mangueira salientou que com estes projectos estavam a ser seguidas premissas do Estado, no sentido da captação de financiamentos externos, para colmatar o défice existente de poupança interna. “Vamos agora pedir aos sectores para que implementem esse projecto com rigor, que criem também capacidades institucionais, que permitam uma gestão eficiente dos recursos que serão postos à disposição”, frisou.