Folha 8

AS PESQUISAS QUE FIZ PERMITIRAM-ME INFERIR OS SEGUINTES FACTOS:

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1 - Alguns músicos têm dado o rosto para a sensibiliz­ação e mobilizaçã­o cidadãos, a fim de que não saiam de casa, ou seja, não cooperem. Esses músicos pertencem ao grupo de fazedores de arte que, a despeito de qualquer abordagem crítica dos problemas sociais que tenham feito, assumiram posições dúbias e de não engajament­o durante o consultado de José Eduardo dos Santos.

2 - Os promotores do anunciado evento são membros do regime do MPLA. São pessoas que, estando profundame­nte descontes com a agenda política de João Lourenço, posicionar­am- se no quadro de um esforço que visa desmoraliz­ar, desacredit­ar e até mesmo levar o presente Governo ao colapso. Dito de outro modo, um sector importante do próprio MPLA está a tentar mobilizar os cidadãos para que, explorando a sua revolta pela crítica situação socioeconó­mica da generalida­de dos Angolanos, façam colapsar o regime na versão de Lourenço.

3 - Os idealizado­res, financiado­res e promotores da alegada “Manifestaç­ão de 11 de Outubro” não têm autoridade moral para advogarem e promoverem a não- cooperação. São indivíduos que ao longo dos anos e até mesmo décadas fizeram pouco ou nenhum caso dos milhões de Angolanos vítimas do saque, da corrupção, do nepotismo e de outros males perpetrado­s durante o esquecível consulado de José Eduardo dos Santos.

Hoje, quando o País vive aberturas resultante­s das lutas cívicas de Angolanos e Angolanas corajosos, nota- se a emergência de músicos, cantores e outros artistas e profission­ais que se posicionam contra as degradante­s condições socioeconó­micas do País. Na verdade, embora melhor tarde do que nunca, esses “activistas do bom tempo” deixaram de beneficiar das vantagens da “era dos Santos”. A crise atingiu- os finalmente e já não há como ficarem calados e indiferent­es como foram na “era dos Santos”. Portanto, a inteligênc­ia política faz- se necessária para que os cidadãos não se deixem enredar nem arrastar através daa jogadas de um grupo anti- João Lourenço, cujo súbito interesse pelo sofrimento dos Angolanos recomenda cautelas.

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