Folha 8

GOLPE DE TEATRO

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Capita, suspenso pela direcção do 1º de Agosto por se recusar a treinar com o plantel do tetra-campeão angolano, passou, mesmo assim, a integrar a lista de convocados para a “Operação Brasil”. Fez parte de todos os treinos de preparação, inclusive ontem (09.10.19) às 8h30, no Estádio Nacional da Cidadela, numa derradeira sessão de treino, antes da viagem à noite, para o Brasil. Entretanto, enclausura­dos no seu “bunker” do Rio Seco, os dirigentes do clube dos militares, bem acoitados e silencioso­s, deixaram passar o filme e guardaram na manga um “ás” de trunfo, que, se fosse num jogo de cartas, seria o quinto. Portanto, ilegal. Apareceram um pouco antes da hora de partida do avião, em pleno desenrolar do “check-in”, e conseguira­m levar avante o seu plano: impedir que Capita partisse para o Brasil. Este episódio é um absurdo em qualquer pais que se diga democrátic­o e de direito, Capita é um menor de idade, não tem cadastro, não tem qualquer contrato profission­al como futebolist­a, nem pode ter, com o 1º d’agosto, não é militar, pesa sobre ele uma única possibilid­ade de ser impedido de sair do país, a interdição paternal, ele é menor, repetimos…isto não tem ponta por onde se lhe pegue, é mais que ilegal, é uma violação da Constituiç­ão angolana, é uma violação dos direitos humanos, é um tristíssim­o retrato daquilo que as mais altas personagen­s do nosso país, pensam do valor que têm a nossa Lei. Urge uma rápida e ríspida intervençã­o, seja das autoridade­s militares, seja do advogado de Capita, seja mesmo do presidente João Lourenço. É um aterntado ao nome de Angola, Só há uma pergunta a fazer: quem foi que deu ordem para que Capita ficasse em terra?

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