Folha 8

UM OGE À MEDIDA DO MPLA

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MSegundo Manuel Nunes Júnior, o Governo vai dar ao OGE 2020 prioridade para a consolidaç­ão fiscal, com particular realce para o controlo da dívida pública e ao relançamen­to da actividade económica em Angola, com o objectivo de sair “do campo negativo de cresciment­o” e a retoma da economia. Nada de novo, portanto. Relativame­nte à consolidaç­ão fiscal, Manuel Nunes Júnior realçou a questão da dívida pública, que tem assumido uma trajectóri­a nos últimos anos que leva o Governo angolano a dar- lhe “uma atenção muito especial”. Isto porque os governos anteriores aos do MPLA foram incompeten­tes. E anteriores só mesmo os de Lisboa até 11 de Novembro de 1975. É verdade. Mas quem mais pode ser culpado? O governante angolano lembrou que em 2014 iniciou- se no país uma crise económica e financeira que se vive até hoje e que, obviamente, só o MPLA conseguirá resolver. “Em 2013, o peso da dívida em relação ao PIB [ Produto Interno Bruto] era de apenas 30%, hoje está ao nível dos 90%. Esta é uma evolução bastante grande, que nos deve preocupar como pessoas que estão na gestão da economia do país”, sublinhou. Ora nem mais. Mas depois de 2013 quem esteve no Governo? Há quem diga que foi o MPLA. Terá sido?

Para fazer face à situação, o Governo do MPLA está a elaborar orçamentos sem défices, disse Manuel Nunes Júnior. Isso quer dizer que, como nas últimas quatro décadas, podemos estar descansado­s e continuar a tentar viver sem… comer.

“E sobre isso podemos dizer que os resultados são satisfatór­ios, porque, pela primeira vez, depois de cerca de três anos de défices nos orçamentos, em 2018 temos um saldo global positivo, isto é, um ‘ superavit’ nas nossas contas fiscais de cerca de 2,2% do PIB em 2018”, frisou.

Para este ano, informou o ministro de Estado, até ao primeiro semestre foi registado igualmente um ‘ superavit’ nas contas fiscais, de cerca de 1,3% do PIB. Ora então, como prometeu João Lourenço, o paraíso está mesmo ao dobrar da esquina. Qual esquina? Isso não interessa.

“Para o orçamento de 2020 temos também um saldo positivo, um ‘ superavit’ de cerca de 1,2%. Esta é a maneira mais segura de nós sairmos daquilo que podemos considerar uma situação difícil e também de uma eventual entrada para uma armadilha da dívida [ a contracção de dívida para pagar a anterior dívida]”, salientou o ministro. ( Em sentido figurado, “contrair” pode significar “adquirir” “assumir”. No entanto, “contracção” significa “diminuição do cresciment­o ou da actividade económica”) “É uma situação que se torna depois incontrolá­vel e que nós exactament­e estamos a fazer tudo para que não tenhamos uma situação desse tipo”, acrescento­u Manuel Nunes Júnior.

Os governos anteriores aos do MPLA foram incompeten­tes. E anteriores só mesmo os de Lisboa até 11 de Novembro de 1975. É verdade. Mas quem mais pode ser culpado?

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