ESCOLA DO MPLA CONTINUA A FORMAR GRANDES MALANDROS
ARenamo, principal partido da oposição em Moçambique, entregou um recurso à Comissão Nacional de Eleições ( CNE) destinado ao Conselho Constitucional ( CC), pedindo a anulação dos resultados das eleições gerais, e classificou o escrutínio como um “circo”. Será que o termo “circo” tem patente registada? É que também se pode aplicar ao que o MPLA faz em Angola…
“Nós queremos a anulação das eleições, porque elas não foram eleições. Foram uma caricatura, uma exibição circense”, declarou Venâncio Mondlane, mandatário da Resistência Nacional Moçambicana ( Renamo) junto dos órgãos eleitorais, que falava aos jornalistas quando a Renamo entregou na CNE o recurso dos resultados eleitorais. “Nós fizemos o levantamento das gravíssimas irregularidades, dos ilícitos e até dos crimes que ocorreram durante o recenseamento eleitoral, a campanha, votação e, por último, a vergonha superlativa que aconteceu no dia do apuramento dos resultados”, afirmou Venâncio Mondlane. No recurso que submeteu, prosseguiu, a Renamo juntou 155 queixas que apresentou nos tribunais distritais contra ilícitos eleitorais, acrescentou Mondlane.
Entre os ilícitos, inclui- se o recenseamento de menores, o registo eleitoral de estrangeiros e múltiplas inscrições de eleitores na província de Gaza, sul de Moçambique. O enchimento de urnas com boletins de voto fora do controlo dos órgãos eleitorais e a inutilização de outros a favor da oposição são também apontados no recurso.
“O dia da votação foi o grande espectáculo. Por exemplo, em Meconta, aconteceu tudo: enchimento de urnas, inutilização dos boletins da oposição, detenções ilegais e agressões da polícia aos nossos delegados de candidatura”, enfatizou Venâncio Mondlane. O mandatário da Renamo considerou nulo o apuramento e centralização dos resultados das eleições gerais feitos pela CNE no dia 25 deste mês, defendendo que devia ter sido feito na presença dos mandatários dos partidos políticos, jornalistas e eleitores interessados.
“A sessão que aprova a deliberação é uma sessão ilegal e ilegítima, foi uma sessão nula e de nenhum efeito”, considerou Venâncio Mondlane. Os resultados eleitorais anunciados pela CNE no dia 27.10 em Maputo deram larga vantagem à Frente de Libertação de Moçambique ( Frelimo), partido no poder desde a independência, cujo candidato, Filipe Nyusi, foi reeleito à primeira volta para um segundo mandato como Presidente, com 73% dos votos.
A Frelimo conseguiu eleger 184 dos 250 deputados, ou seja, 73,6% dos lugares, cabendo 60 ( 24%) à Resistência Nacional Moçambicana ( Renamo) e seis assentos ( 2,4%) ao Movimento Democrático de Moçambique ( MDM), anunciou a CNE. O Movimento Democrático de Moçambique ( MDM, terceira força parlamentar) já anunciou que também vai recorrer ao Conselho Constitucional dos resultados das eleições gerais.