FRELIMO COPIA O MPLA OU É AO CONTRÁRIO?
No dia 17 de Agosto de 2017, o antigo dirigente socialista português, João Soares, considerou que as eleições gerais angolanas de 23 de Agosto iriam ser uma “fraude de uma ponta à outra”, acusando o governo do MPLA ( no poder há 42 anos, na altura) de não querer um escrutínio limpo. Acertou em cheio.
“Em Angola, ( as eleições) nunca foram limpas e decentes. E estas ( as eleições gerais de 23 de Agosto) continuam no mesmo modelo, não há observação eleitoral internacional, não há cadernos eleitorais decentes, não há presença dos partidos de oposição nas estruturas da direcção do processo eleitoral”, acusou João Soares, que participou em várias missões internacionais, inclusivamente em África, para acompanhar votações.
No dia 23, “não vai haver controlo dos votos, em lado nenhum, nunca houve e vai continuar a não haver”, acusava João Soares, que foi próximo da UNITA, segundo partido mais votado e uma das partes na guerra civil que dividiu o país durante mais de 20 anos. Desde o processo de democratização, na década de 1990, “as eleições no país são sempre uma fraude, uma fraude equivalente à ladroagem de que aquela nomenclatura é responsável em Angola”, afirmou o antigo ministro da cultura português, que criticou a falta de atenção dada pelos ‘ media’ portugueses.
“Uma campanha eleitoral que vai ter lugar no dia 23 deste mês em toda a Angola, não saiu notícias praticamente nenhumas nem lá ( Angola) e nem cá ( em Portugal)”, acusou, justificando logo de seguida: “É possível que uma campanha daquela importância num país como Angola mereça a indiferença que tem tido aqui? Aquilo é uma fraude montada de uma ponta à outra”.
“Durante muitos anos foi um poder de partido único, num regime comunista como do leste da Europa e depois passou a ser um regime pluripartidário, com a presença de vários partidos políticos, mas nunca houve eleições legítimas e sérias”, salientou João
Soares.
“O MPLA está no poder desde a independência de Angola e José Eduardo dos Santos está à frente do Governo angolano há quase 40 anos, só ficando atrás do Presidente da Guiné Equatorial” ( Teodoro Obiang, que subiu ao poder em agosto de 1979 e o Presidente angolano assumiu o posto em Setembro de 1979), concluiu.