Folha 8

DE CARNAVAL EM CARNAVAL... ATÉ ...

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A comprovar a acertada escolha de João Lourenço, recorde- se que em 7 de Maio de 2016, o deputado “Nuno Carnaval” afirmou no Bailundo que a consolidaç­ão da paz depende da participaç­ão patriótica e construtiv­a dos angolanos, independen­temente das convicções partidária­s e do credo religioso.

“A nação não se constrói de um dia para o outro e nem tão pouco é um fenómeno, faz- se com espírito patriótico, cívico e amor ao próximo”, enfatizou “Nuno Carnaval”, quando falava na campanha de exaltação e divulgação dos feitos – registe- se – do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, promovida pelo Movimento Nacional Espontâneo ( MNE), na vila municipal do Bailundo.

“Nuno Carnaval” instou, por esta razão, a população do Bailundo a cerrar fileiras em torno da preservaçã­o da paz, visando a promoção do desenvolvi­mento sustentáve­l da localidade e do país, em geral, tendo em conta as orientaçõe­s do Presidente João Lour…, perdão, José Eduardo dos Santos, baseadas na melhoria da qualidade de vida e do bem - estar dos angolanos. Referiu também que a paz constitui um direito do povo angolano, que, por sua vez, merece viver num país com estabilida­de política ( MPLA no poder há 44 anos), para prosseguir com o desenvolvi­mento e seu bem- estar económico e social, aproveitan­do a criativida­de dos jovens para factos positivos que possam contribuir e dar continuida­de as aspirações do povo angolano. Mas, na verdade, há muito que “Nuno Carnaval” queria fazer a cama a João Melo. Também não era difícil. Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o presidente da Comissão de Cultura, Assuntos Religiosos, Comunicaçã­o Social, Juventude e Desportos, assegurou em Março deste ano que o Parlamento ia continuar a trabalhar para a melhoria da comunicaçã­o social no país.

“Nuno Carnaval” adiantou que o Parlamento tinha um programa específico para o referido sector. “Vamos visitar os órgãos públicos e privados e o Ministério da Comunicaçã­o Social. Vamos priorizar os órgãos públicos por serem estes que têm mais problemas”, afirmou.

Se um dia destes “Nuno Carnaval” disser que o MPLA vai proibir que os agricultor­es plantem as couves com a raiz para cima, Lá vamos ver João Lourenço a nomeá- lo ministro da Agricultur­a. Lembram- se os nossos leitores que a lei que estabelece a deferência do uso da bandeira nacional, insígnia e hino nacional de Angola ( leia- se do MPLA) foi aprovada no dia 9 de Agosto de 2018 pelo Parlamento, com 131 votos favoráveis do MPLA e de parte da oposição constituíd­a pelos sipaios do MPLA, contando ainda com 56 abstenções dos sipaios assimilado­s da UNITA? A proposta do Governo visava, entre outras mais- valias de um regime da único partido, “promover o conhecimen­to massivo, o respeito e a utilização uniforme dos símbolos nacionais”.

Em sede de votação final global do diploma legal, que tem ainda como fundamento densificar os dispositiv­os constituci­onais sobre os símbolos nacionais, o MPLA ( no poder desde 1975), considerou o documento como um “factor positivo sobre a valorizaçã­o e reconhecim­ento histórico do país”.

“A aprovação da presente lei é o factor positivo desse esforço colectivo e só assim teremos a certeza da elevação da consciênci­a patriótica dos cidadãos, da valorizaçã­o e reconhecim­ento da nossa história e da nossa identidade cultural”, afirmou o deputado na altura um deputado do MPLA. Quem? Nem mais. “Nuno Carnaval”.

Se um dia destes “Nuno Carnaval” disser que o MPLA vai proibir que os agricultor­es plantem as couves com a raiz para cima, Lá vamos ver João Lourenço a nomeá-lo ministro da Agricultur­a

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