Folha 8

…ATÉ AO BBA A ABATER

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Muito bem, Tudo isto, aqui sentido e desvendado, era há 3 anos e, para dizer a verdade, o mwangolé bem formado não ficou surpreendi­do com o panorama apresentad­o. Não ficou horrorizad­o, como podia ter ficado, foi como que se tivesse encarado, de frente ao espelho, o seu rosto, e visse nele, no fundo dos olhos, a sua alma nua e crua. O BBA, seja quando for que passe, não passa de um kuduro vivido. Estamos mais acostumado­s ao kuduro cantado e, sobretudo, dançado, por isso nos horrorizam­os quando o vemos em conversas de cará cacá. O herói dessa época, Larama, tal como o Nagrelha a quem o podemos associar, eram e ainda são a imagem real da nossa juventude. Os professore­s das nossas crianças são Nagrelhas e Laramas; os enfermeiro­s, os jovens polícias, os jovens jornalista­s e a maioria esmagadora dos políticos etc etc... salvo raras excepções, são todos Laramas e Nagrelhas. Se disserem que o Larama é licenciado ou que esse outro jovem que mostrou o bilau progenitor, mau e bem teso à tona da água duma banheira frente às câmaras, é pós- graduado numa ciência qualquer, confesso que não duvido, tenho a certeza absoluta que não é.

Três anos mais tarde, hoje, aparece o canal televisivo Banda TV, a apresentar um programa inspirado na lógica das intenções pseudo- sociológic­as que tinham dado à luz o BBA – Angola. Agora deram-lhe o nome de “Luta pela Fama”, e o espectácul­o apresentad­o é ainda mais desolador, Vamos de mal a pior, Mas, no fundo, o BBA tinha, e agora o “Luta pela Fama” tem, como grande mérito, permitir olharmo- nos nos olhos e vermo- nos por dentro. Caberá a cada um de nós decidir se continuamo­s pelo mesmo caminho ou mudamos radical e urgentemen­te de postura e, sobretudo, de mentalidad­e,+

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