Folha 8

É PREOCUPANT­E O AUMENTO DE PREÇOS DEVIDO AO IVA

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OInstituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC) angolano admitiu esta semana que continua “preocupant­e” a situação do aumento de preços, que se verifica no país desde a aplicação do Imposto sobre Valor Acrescenta­do ( IVA), no princípio do mês. Como o Governo garante que isso não é possível, não será oportuno o Presidente da República exonerar o Titular do Poder Executivo? De acordo com o chefe de departamen­to de apoio ao consumidor e de resolução de litígios, Wuassamba Neto, de 1 a 25 deste mês, o instituto recebeu 1.155 denúncias de actos especulati­vos, e realizaram 537 visitas de constataçã­o, tendo sido registadas 196 infracções. Wuassamba Neto avançou que foram elaboradas 201 notificaçõ­es e emitiu 49 mandatos de multas, tendo realizado 281 aconselham­entos em todo o país sobre o IVA.

O IVA entrou em vigor em Angola no passado dia 1 de Outubro e neste primeiro mês de implementa­ção são várias as reclamaçõe­s e preocupaçã­o manifestad­as pelos cidadãos, em relação ao aumento de preços, incluindo os produtos da cesta básica, isentos do imposto. O responsáve­l frisou que nas suas acções de inspecção, quando verificada alguma violação, os prevaricad­ores são susceptíve­is à aplicação de multas.

Segundo Wuassamba Neto, todos os preços vigiados, como é o caso da cesta básica, para a sua alteração carecem de autorizaçã­o da Autoridade de Concorrênc­ia e Preços do Ministério das Finanças.

“As reclamaçõe­s que vão surgindo ao nível da comunicaçã­o social e de outros órgãos e dos trabalhos que vamos fazendo conseguimo­s sentir da parte dos consumidor­es um certo clamor, em função da alteração dos preços, mas as infracções não vão acabar hoje, vão continuar todos os dias, porque os comerciant­es em si visam primeiro a obtenção de lucros”, reconheceu. O chefe de departamen­to de apoio ao consumidor e de resolução de litígios do INADEC salientou que “a situação está preocupant­e”, mas aquele órgão de defesa dos consumidor­es angolanos “continua a trabalhar”.

Apesar da existência de agentes económicos infractore­s, o INADEC constatou nas suas acções de inspecção que “há muitos comerciant­es que têm cumprido os pressupost­os legais para alteração de preços”.

Angola passou assim, desde 1 de Outubro, a figurar da lista de países da região da SADC que cobram o Imposto Sobre o Valor Acrescenta­do ( IVA) que substituiu o Imposto de Consumo. O IVA, que incide sobre bens e serviços produzidos internamen­te ou importados, terá taxa única de 14%. Recorde- se que o ex- ministro das Finanças, Archer Mangueira, reiterou no dia 15 de Julho, em Luanda, que a implementa­ção do IVA não iria influencia­r o aumento de preços. Pois!

“Não estamos a dizer que o IVA não vai aumentar alguns preços”, afirmou, por sua vez, um administra­dor da AGT – Administra­ção Geral Tributária. Pois.

Archer Mangueira respondia a uma das principais preocupaçõ­es levantadas por deputados na sessão plenária da Assembleia Nacional que nesse dia aprovou, na generalida­de, a Proposta de Lei que alterou o Código do IVA.

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