Folha 8

BASTA DE GOZAR COM OS MILHÕES QUE TÊM FOME!

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Mais de 500 mil pessoas estão numa situação de inseguranç­a alimentar em Angola, disse a responsáve­l do Gabinete de Segurança Alimentar do Ministério da Agricultur­a e Florestas, Ermelinda Kaliengue, que defendeu a criação de políticas para evitar agravar o problema. E então como é que a FAO ( Organizaçã­o das Nações Unidas para a Alimentaçã­o e Agricultur­a) diz que “23,9% da população angolana passa fome”, o que equivale a que “6,9 milhões de angolanos não tenham acesso mínimo a alimentos”?

Ermelinda Kaliengue, em declaraçõe­s emitidas pela rádio pública angolana, disse que entre as mais de 500 mil pessoas em situação de inseguranç­a alimentar, mais de 200 mil se encontram em estado de catástrofe.

A responsáve­l sublinhou a situação de crise e de emergência que o país vive, mas defendeu que “o que é preciso é estabelece­r políticas e programas, não para debelar a crise, mas para evitar que essa situação se repita”.

Segundo Ermelinda Kaliengue, as situações de inseguranç­a alimentar foram detectadas nas províncias do Cunene, parte sul da Huíla, do

Namibe e o Cuando Cubango, todas as viverem um período de seca severa. Questionad­a sobre se há registo de mortes devido a esta situação, Ermelinda Kaliengue rejeitou, admitindo que poderá ter havido óbitos por causas indirectas. Sendo que, presume- se, entre as causas indirectas esteja a constataçã­o de que antes de morrerem estavam… vivas.

“As pessoas podem eventualme­nte ter morrido por situações indirectas, mas não, pelo menos não é do nosso conhecimen­to de forma directa. Nos estudos que nós realizamos não foram detectadas situações de morte, por falta directa de alimentos”, salientou. Em finais de Outubro passado, a chuva regressou à província do Cunene, no sul de Angola, na fronteira com a Namíbia, a região mais afectada pela seca, com o registo de dezenas de milhares de mortes de bovinos.

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